domingo, 25 de agosto de 2013

"The Mission" - Cap. 39"



Megan POV
As semanas foram se passando e nada surpreendente aconteceu. Justin voltou a trabalhar e eu ia levar e buscar Lottie no colégio, ela ainda ficava um pouco desconfortável comigo, mas já conseguia ter algumas conversas longas com ela. Parei o carro no drive-thru de um fat food e pedi um lanche para Charlotte.
- Eu vou para a casa do tio Scooter? – Ela me perguntou e eu a olhei.
- Você quer ir para lá?
- Sim, eu quero. – Ela pegou a sacola com o lanche e espiou dentro.
- Então, vou te deixar lá e depois vou ao banco. – Disse e Lottie assentiu.
- Meg! – Tyler se aproximou quando eu parei o carro.
- Hey. – Cumprimentei-o e abri a porta para Lottie descer.
- Tio Tyler! – Ela pulou no colo dele.
- Princesinha, estava com saudade. – Ele beijou a testa dela e colocou-a no chão.
- Meg comprou lanche para mim, você quer? – Ela mostrou a sacola.
- Hmmm, deve estar bom. – Olhei para onde Tyler estava antes e vi uma garota, nos olhando.
- Kate? – Perguntei, olhando Tyler e ele assentiu, feliz. – HEY KATE! – Gritei e Tyler corou imediatamente.
- Meg, não. – Fiz sinal para ela se aproximar.
- Oi. – Ela sorriu, tímida.
- Uau, você é linda. – Ela usava um par de óculos largos e uma tiara no cabelo ondulado, seu vestido tinha estampa de flores, ela parece essas garotas adolescentes que tem vergonha ou se sentem desconfortáveis em mostrar a verdadeira beleza.
- Obrigada... Megan, não é?
- Sim. – Cumprimentei-a. – Vocês estão namorando?
- Sim. – Ty disse.
- Não. – Kate disse, quase ao mesmo tempo. Eles se olharam, confusos, percebi o clima tenso e resolvi mudar de assunto.
- Vou deixar Lottie com o Scooter e depois venho buscá-la, okay? – Disse, pegando a mão dela, Tyler ainda olhava Kate.
[...]
Procurava alguma vaga para parar o carro, mas não encontrava, então fiz o retorno e parei um quarteirão antes do banco, peguei minha bolsa e desci do carro. Estava conferindo se minha carteira estava na bolsa, quando meu celular tocou.
“Justin”
“Oi amor, só ligue para saber como está”
“Estou bem, eu peguei Lottie no colégio e deixei-a no Scooter, agora preciso resolver uma coisa no banco.”
“Você não resolver nada sobre nossa casa, escondido de mim, não é?”
“Não Justin, não é sobre a casa”
“Tudo bem, então nos vemos mais tarde.”
“Até mais amor.”
“Te amo, ok?”
“Eu também te amo” – Sorri e desliguei o celular, joguei-o na bolsa e fechei-a. Senti a presença de alguém atrás de mim e me virei.
- Olá meu amor. – Ele sorria para mim, meu coração saltou em meu peito e eu pensei em correr, mas minhas pernas travaram.
- N-n-nick, me deixe em paz.
- Calma meu amor, não precisa ter medo de mim. – Ele tocou meu rosto.
- Se você me sequestrar, Justin saberá e ele vai te encontrar. – Tentei ameaçá-lo, mas eu estava com muito medo.
- Eu nunca a sequestraria, você virá comigo por livre e espontânea vontade. – Nick sorriu e colocou as mãos em meu rosto.
- Eu nunca irei com você! – Tirei as mãos dele de mim. – Eu tenho nojo de você Nick.
- Não Meggy, você me ama. – Ele ainda sorria.
- Não, não amo, nunca amei.
- Venha comigo, me deixe provar que eu mudei, eu posso te fazer feliz... Eu posso te amar mais do que o Justin ama.
- Você pode me amar mais do que ele me ama, mas eu nunca amarei você, como eu o amo.
- Um minuto? Deixe-me dizer tudo que eu sinto, deixe-me provar que eu mudei. – Ele parecia triste.
- Vá embora enquanto pode, a policia está te procurando.
- Meg, um minuto? – Ele pediu, outra vez e eu não sabia o que fazer.
- Vá embora Nick. – Disse, firme.
- Eu sinto muito, mas não vou embora enquanto não me deixar falar. – Ele segurou minha mão e me puxou.
- Eu vou gritar, me solte! – Tentei soltar minha mão, mas ele a apartava.
- Não vai gritar. – Ele me beijou a força e dava alguns passos para trás. Nick abriu a porta de um carro e me empurrou para dentro.
- VOCÊ DISSE QUE NUNCA ME SEQUESTRARIA! SE ME AMASSE DE VERDADE, NÃO ME MACHUCARIA! – Gritei e ele acelerou.
- É por te amar demais que estou fazendo isso, por favor Meg, entenda. – Ele me olhava, triste. Decidi ficar quieta, eu não estava mais com medo, mas sentia que algo ruim iria acontecer.
[...]
 Nick parou o carro em frente à um prédio, analisei a rua e não reconheci aquele lugar. Ele desceu do carro e abriu a porta para mim, vi sua mão estendida e ignorei ajuda.
- Meg, pode me entregar seu celular? – Ele perguntou, olhando minha bolsa, o encarei sem acreditar.
- Isso é um pedido? – Perguntei irritada.
- Na verdade, você tem que entregar. – Nick estava me irritando com essa expressão de arrependido.
- E se eu não entregar?
- Por favor Meg. – Ele pegou minha bolsa, não o impedi.
- E ainda tem coragem de dizer que me ama. – Preferi mexer com o emocional dele.
- Eu te amo, Megan! – Nick se aproximou e olhou em meus olhos. – Você não tem ideia do quanto. – Fiquei assustada porque ele disse com sinceridade. – Venha comigo. – Ele segurou minha mão e me conduziu para dentro do prédio. O porteiro sorriu para mim e era minha chance de pedir ajudar, mas eu travei. – O que foi, meu amor?
- Me deixe ir, por favor. – Meus olhos se enchiam de lágrimas.
- Não chore Meg, não chore. – Ele me abraçou e eu senti meu medo voltar.
- Eu falo com você, eu ouço tudo o que você tem que dizer, mas em um lugar onde haja pessoas, por favor Nick. – Afastei-o.
- Você fugiria. – Ele disse, cabisbaixo.
- Não, eu prometo. – Disse aflita.
- Eu não posso. – Ele passou o braço por minha cintura e me empurrou para dentro do elevador, deixei as lágrimas rolarem enquanto Nick me encarava. Ele não disse nada, até chegarmos a um apartamento, no último andar. – Fique a vontade.
- Sério? – Perguntei irônica e revirei os olhos.
- Eu preciso te dizer o quando pensei em vocês nos últimos quatro anos, o quanto eu sofri por não receber nenhuma visita sua.
- Você tentou matar meu namorado.
- Ele se meteu no meu caminho, nós estávamos felizes juntos...
- Você mentiu para mim, você me manipulou. – Disse nervosa.
- EU ME ARREPENDO MEGAN, EU ME ARREPENDO OK? – Ele estava mudando a expressão de cachorro sem dono.
- Diga logo o que você quer.
- Eu quero você. – Ele tocou meu rosto, mas eu me afastei. – Eu quero te fazer feliz, quero ser feliz ao seu lado, quero que você me ame como você ama aquele cara.
- Eu nunca vou te ama Nick, entenda isso. – Disse fria.
- Se você não for minha, não será de mais ninguém. – Ele me encarava, ouvi aquilo e senti um arrepio percorrer minha espinha.
- Me deixe ir embora... – Levantei, mas ele entrou em minha frente.
- Nunca mais vou deixá-la ir, meu amor. Agora nós seremos felizes juntos, teremos filhos e seremos a família mais feliz desse mundo. – Ele sorria, estava parecendo um psicopata.
- Eu tenho medo de você... – Tente me afastar, mas Nick segurava minha cintura com muita força. – Está me machucando.
- Nós iremos deixar qualquer com inveja do nosso amor. – Parecia que ele não havia ouvido o que eu acabará de dizer, parecia estar hipnotizado.
- Nick...
- Sim, meu amor. – Ele sorria.
- Me solte.
- Eu também te amor, meu amor. – Ele se aproximou e beijou à força, eu me contorcia, tentava me soltar, mas ele estava segurando com muita força, estava me machucando.
 - SOCORRO! – Gritei, quando conseguia me soltar. – SOCORRO! – Aproximei-me da janela. – Se der um passo, eu me jogo.
- Meu amor, não faça isso. – Ele parecia assustado, agora.
- Me deixa ir embora. – Repeti pela milésima vez.
- Não. – Nick correu e me segurou forte, ele me levou até um quarto e me soltou, perto da cama. – Eu não queria ter que fazer isso Meg. – O quarto não tinha janela, Nick deu alguns passos para trás e trancou a porta.
- ISSO NÃO É AMOR SEU DESGRAÇADO, EU NUNCA VOU TE AMAR, ESTÁ OUVINDO? NUNCA! JUSTIN É O AMOR DA MINHA VIDA E VOCÊ NUNCA SERÁ COMO ELE. – Gritei, batendo na porta.
- Você vai sim. – Ele disse e saiu dali.
[...]
Estava trancada naquele quarto há horas e podia ouvir meu celular tocar descontroladamente. Tentei encontrar uma forma de sair dali, mas era impossível.
- Meg, meu amor, tenho uma coisa para você. – Ouvi o barulho da chave e fiquei encarando a porta. Nick entrou no quarto com um prato em mão, olhei sua cintura, onde tinha uma arma pendurada.
- Eu não quero isso. – Joguei o prato de comida longe e Nick ficou me olhando.
- Seu namoradinho já sabe que você está comigo. – Ele sorriu. – Ele sabe que você me ama.
- Ele sabe que você é um psicopata louco. – Disse irritada.
- Por que você não faz um esforço para sentir algo por mim?
- Porque você não pode manipular as pessoas assim, não pode. – Nick ficou pensando. – Justin está vindo, não está?
- Eu disse à ele que estamos aqui. – Aquilo me surpreendeu. – Eu tenho alguns minutos para te convencer a ficar.
- Nick, você pode mudar, você pode se tornar um cara que qualquer mulher iria querer, mas não é obrigando as pessoas a te amar, que você vai conseguir isso.
- Eu não quero outra pessoa, eu quero você Meg. – Ele colocou a mão na arma e meu coração disparou.
- Eu sinto muito, mas não posso te amar. – Segurei a mão dele. – Eu não posso mudar meu coração.
- Você pode, mas não quer. – Ele aproximou nossos rostos. – Você pode Meggy. – Ele selou nossos lábios e eu o empurrei.
- Não posso. – Disse e afastei-me, a campainha tocou e meu coração acelerou, outra vez. – JUSTIN! – Levantei, mas Nick foi mais rápido.
- Meg, por favor. –Ele chorava, suas mãos seguravam a arma, apontada para o chão.
- Nick. – Meus olhos marejaram.
- Seja minha Meg! Por favor, seja só minha. – Ele levantou a arma.
*NICK, DEIXE-A EM PAZ* - Justin gritou, ele quase derrubava a porta.
- Meg, venha ser feliz ao meu lado. – Ele estava completamente fora de si, seu rosto estava repleto de lágrimas.
- Está me assustando. – Disse, encarando aquela arma. – Me deixe ir, pelo amor de Deus. – Pedi em prantos.
- Eu não posso viver sem você Meg.
- Você pode sim, você pode ser feliz sem mim! – Dei um passo para frente.
- Mas eu não quero. – Ele apontou a arma para a própria cabeça, suas mãos tremiam muito. – Se eu não posso ser feliz ao seu lado, não quero viver.
- Nick, não faça isso, por favor.
- Eu te amo Meg, eu sempre vou te amar. – Ele sorriu fraco e fechou os olhos.
- NICK, NÃO! – Ia correr até ele, quando ouvi um estrondo ensurdecedor e Nick caiu no chão. Senti minhas pernas tremerem e cai de joelhos, perto dele. Saia sangue de sua boca e da cabeça, eu não conseguia parar de tremer e as lágrimas não parava de cair em meu rosto. – Não, não, não. – Toquei seu rosto e minhas mãos se encheram de sangue.
*MEGGY* - Justin gritava desesperado, ouvi outro estrondo e em segundos, Justin estava em pé, na porta do quarto, olhei-o, em prantos.
- Precisamos levá-lo ao hospital. – Disse tentando ouvir sua respiração, que era muito fraca, quando, de repente, parou. – Nick, acorde, por favor.
- Meggy. – Justin ajoelhou-se, ao meu lado.
- Ele se matou porque eu não podia amá-lo, ele se matou por minha culpa. – Eu não conseguia parar de chorar e os olhos brilhantes de Nick dizendo “Eu te amo Meg”, não saiam de minha mente. Justin me abraçou e eu desabei em seus braços.
continua...

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