terça-feira, 28 de maio de 2013

"The Mission" - Cap. 22





Megan POV

Voltamos para nossa casa. Meus pais me contaram como tudo aconteceu, mas eu não ouvi nem metade, minha cabeça está cheia. Eu estou muito feliz por eles estarem de volta, mas não queria ter perdido o Justin. Não, eu não o perdi, não pense nisso Megan. Uma lágrima percorreu meu rosto e caiu na foto que eu segurava, era a única foto, em papel, que eu tenho com ele. Limpei o papel e coloquei em um porta-retratos, olhei em volta, procurando um lugar para aquele retrato, coloquei ao lado da minha cama e fiquei olhando. Sorri, o sorriso do Justin é tão contagiante... E eu sinto tanta falta dele.
- Filha? – Mamãe bateu na porta do quarto. – Eu fiz um lanche, venha comer.
- Estou sem fome. – Disse, sem olhá-la.
- Oh querida, eu sinto muito pelo seu namoradinho... – Ela disse isso com tanta frieza.
- Ele não era só “meu namoradinho”, mãe. Justin esteve ao meu lado em todos os momentos em que vocês estiveram longe. Ele foi meu companheiro, foi um amigo, um irmão. Nós fazíamos piadas um do outro, riamos o tempo todo, às vezes brigávamos, mas logo tudo se acertava. Confiamos um ao outro, contávamos segredos, nós até comentávamos sobre as pessoas que nos interessavam, no começo, mas depois essa amizade foi além. – Pronto, lá estava eu chorando. – Passamos a nos olhar com outros olhos e quando notamos, estávamos andando de mãos dadas e trocando carinhos. Ele me fez feliz, quando eu achava que tudo havia acabado.
- Ele era muito importante para você, não é? – Ela estava emocionada também.
- Ele é importante e vai continuar sendo. – Olhei para cima, tentando não chorar mais.
- Me desculpe por ter dito...
- Tudo bem. – Notei que ela olhava o meu novo retrato.
- É um rapaz muito bonito. – Ela sorriu, assenti. – Você verá, querida, logo ele estará saindo daquele hospital. – Ela beijou minha testa e saiu do quarto.

As semanas foram passando e viraram meses, para ser mais exata, havia passado seis meses desde que Justin foi internado. Houve um momento em que ele esteve melhor, chegou a mexer alguns músculos, mas não passou disso. Segundo os médicos, a bala atingiu um lugar delicado e quando o deixaram em coma induzido, o corpo dele reagiu mal e isso só piorou a situação. Além disso, Justin estava com dificuldade para respirar e se desligassem os aparelhos, ele não aguentaria nem dois dias.
Estava no quarto, segurando as mãos dele. Eu o observava há algum tempo, pensando em tudo que faremos quando ele sair daqui. Ia abraça-lo, quando ouvi o barulho da maçaneta, olhei para a porta e Melissa entrou, segurando o bebê.
- Oh, eu volto depois. – Ela disse, dando meia volta.
- Não Melissa, espere... Pode entrar. – Afastei-me do Justin e caminhei até a janela, eu acho que ela está esperando que eu saia, mas não irei.
- Hey filha, olhe o papai. – Ela dizia com uma voz doce e amável. – Ele está dormindo, mas logo irá acordar para trocar suas fraldas e sair para te ensinar a andar de bicicleta. – Olhei-a e vi que Melissa enxugou o rosto. – Ele ficará bem.
- Ele ficará muito bem e irá ser um daqueles pais corujas que irá te ligar o tempo todo para saber o que está fazendo, com quem está. – Disse, aproximando. – Irá implicar com seus namorados e ficará emburrado quando lhe apresentar algum garoto. – Sorri para Melissa e segurei a mãozinha da Charlotte.
- Mas mesmo assim, será um pai muito amável. – Melissa me olhava.
- Ouviu Lottie?  
- Obrigada Megan. – Melissa sorria.
- Eu sei que Justin ficará muito feliz quando conhecê-la. – Afirmei e ela suspirou.
- Sim. – Ela me abraçou. – Pode segurá-la, eu preciso ir ao banheiro.
- Claro. – Peguei a bebê e fiquei brincando com ela.
- Hey papai, acorde logo. – Mudei a voz e disse ao Justin. – Você precisa conhecer essa princesinha. – Segurei a mão dele e senti um arrepio no corpo, aproximei Lottie e ela apertou o nariz do Justin, comecei a rir.
- MEGAN, VAMOS EMBORA. – Papai entrou no quarto, gritando, olhei-o, arregalei os olhos, estava confusa e assustada. – Devolva essa menina e vamos embora.
- Por que está gritando? – Perguntei, balançando Lottie para que ela não chorasse.
- EU DISSE PARA DEVOLVER ESSA MENINA.
- James, pare de gritar. – Mamãe entrou ali e Melissa estava atrás, ela pegou sua filha e me olhou, sem entender.
- Agora vamos. – Papai puxou meu braço.
- Para onde? O que está acontecendo? – Soltei-me e o olhei. Scooter entrou na sala e fechou a porta.
- James, vamos conversar... – Ele disse, seus olhos estavam vermelhos.
- Não, nós não vamos. – Papai partiu para cima dele, mas mamãe entrou na frente.
- Vamos embora, agora. – Ela disse e segurou o rosto do meu pai. – Agora. – Repetiu. – Venha Meg.
- Mas mãe...
- Se despeça de todos e venham, nós estaremos no carro. – Eles saíram dali.
- Scott, o que está acontecendo?
- Vá com seus pais Meg. – Ele abaixou a cabeça. – Mas, você vai querer se despedir do Justin, antes...
- Despedir, por quê?
- Eu prefiro que eles te contem. – Scooter e esse papinho de “eu prefiro que eles te contem”, isso me irrita profundamente. Virei-me e caminhei até a cama, onde Justin dormia, como um anjo. Acariciei seu rosto e beijei sua testa. Eu não sei o que está acontecendo, não sei o motivo da fúria do meu pai, mas sinto que algo irá nos afastar.
- Eu estarei aqui meu amor... Estarei aqui quando você acordar. – Eu olhava para aquele rosto, angelical, sem saber como me despedir. Justin continuava imóvel, meus olhos marejaram, e eu tentei não deixar as lágrimas caírem. aproximei-me ainda mais e selei nossos lábios, por alguns segundos. – Eu te amo. – Disse e foi o que fez as lágrimas tomarem conta do meu rosto.
- Se ele melhora, eu te ligo. – Scooter disse, olhei-o e assenti. – Até mais Megan. – Ele me abraçou.
- Meu pai vai me afastar de vocês, não vai? – Perguntei e Scooter abaixou a cabeça.
- Eu espero que não Meg, você tem mudado a vida do Justin e, eu confesso, a minha também. Eu só espero que isso seja um “Até logo”. – Ele me olhou, de novo. – Não fique com raiva de mim, por favor. – Eu queria perguntar, mas fiquei quieta. – Agora vá, antes que seu pai fique mais nervoso. – Assenti e olhei Justin, pela última vez. Sai dali antes que eu ficasse em prantos.
[...]
Vi minha mãe se aproximar, enquanto eu procurava algo para comer, na cozinha. Ela ficou me olhando, seu rosto estava avermelhado, eu a ouvi, enquanto discutia com meu pai, eles brigaram por quase uma hora. Peguei a caixa de cereal e o leite.
- Acho que precisamos conversar, não é mesmo? – Ela quebrou o silêncio.
- Não sei. – Dei de ombros e coloquei o cereal em uma tigela, depois o leite, peguei uma colher e quando ia comer, mamãe segurou meu braço.
- Eu estou falando com você Megan.
- Eu estou ouvindo. – Respondi e deixei o cereal, de lado. – Mas a única coisa que me interessa, agora, é saber o que acontece com vocês e o Scooter. – Mamãe mudou a expressão. – Será que eu posso saber?
- Seu pai é um pouco ciumento, só isso, filha. – Ela não queria contar.
- Mãe, eu não sou mais uma criança e, além do mais, eu sei que Scooter já gostou de você quando eram adolescentes.
- S-s-sabe?
- Ele me contou, quando não sabia que eu era filha de vocês... Mas, hoje, no hospital, ele disse que preferia que você me contassem... O que?
- Meg, eu e Scooter éramos muito amigos... Para mim, era só isso. Então eu conheci o seu pai, me apaixonei e quando nós começamos a sair, Scooter se declarou para mim, mas no outro dia, ele disse que estava bêbado e pediu para esquecer. – Ela soltou um suspiro. – Nós três nos tornamos muito amigos, vivíamos juntos, o tempo todo e, seu pai me pediu em namoro... Então Scooter começou a se afastar, ele ficou estranho e começou a beber.
- Uau. – Comentei, foi mais forte que eu.
- E um dia, quando eu estava em uma festa de uma colega da escola, com seu pai, Scooter se aproximou e disse que me amava, então ele me beijou. Mas o seu pai viu e eles começaram a brigar, foi horrível. – Mamãe me olhou e parou por um tempo. – E a partir daquele dia, seu pai e Scooter brigavam toda vez que se viam, todos os dias. – Ela continuou.
- E a ACOS?
- Ah sim... Nós éramos jovens aprendizes, eu conheci Scooter lá e depois conhecemos o seu pai. Sempre estivemos na ACOS... Enfim, me casei com seu pai e nunca mais vimos Scooter, ele pediu transferência de base e se mudou para outro continente.
- E por que papai fez todo aquele escândalo? – Perguntei, confusa.
- Eles começaram a discutir, acho que Scott disse que Justin só estava ali por culpa do seu pai... Eu não entendi muito bem... – Mamãe estava muito triste. – E não foi só isso, eles estavam discutindo e Scooter disse que... – Ela abaixou a cabeça e encarou os pés. – Ele disse que se não fosse o seu pai, eu estaria casada com ele, disse que eu o amo.
- Droga. – Eu pensei que tinha sido menos sério, mas Scott foi longe demais. – E o que você fez mãe?
- Nada, eu não sabia o que fazer... Eu não aguento mais isso, Scott e eu éramos melhores amigos e era para ser assim até hoje. – Ela cobriu o rosto com as mãos, escondendo as lágrimas. – Dói muito vê-los brigando.
- Você gostava dele mãe?
- Não... Eu o via como um grande amigo... Eu sempre amei seu pai. – Mas ele não entende.
- Scott não tinha nada que dizer isso... – Ele me pediu para não odia-lo, eu não irei, mas estou brava, muito brava.
Continua...

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quarta-feira, 22 de maio de 2013

"The Mission" - Cap. 21




Scott POV
Ouvi um estrondo e em seguida, um grito, era Elena gritando. Tentei passar pelos capangas do Nick, mas eles me seguraram. Fiquei olhando na direção dos gritos ouvi um disparo de arma e meu coração acelerou. Os capangas se olharam e me soltaram, encarei-os e eles saíram correndo dali, segui o som dos gritos e cheguei à um quarto, vi Nick e James brigando, Nick estava armado, ele suava e eu podia ver o medo em seus olhos.
- Scooter. – Elena apareceu do meu lado, ela estava desesperada, suas mãos estavam cheias de sangue. – Ele atirou pela janela e acertou um do homem, ele esta perdendo muito sangue. – Ela olhou para dentro do quarto e arregalou os olhos. – O-o-o garoto. – Olhei e vi Justin, no canto do quarto, ele estava caído no chão e havia uma poça de sangue ao seu lado.
- Justin. – Sussurrei, virei-me para Elena. – Pegue o meu celular, ligue para o Max e diga para ele vir para cá, leve o homem para um hospital. – Lhe entreguei o celular e as chaves do meu carro.
- E o garoto? – Ela perguntou.
- Só não diga nada à Megan. – Entrei no quarto e empurrei Nick, tirei a arma de suas mãos e apontei para ele, minhas mãos tremiam.
- Calma cara. – Ele levantou as mãos, James se aproximou do Justin e colocou os dedos em seu pescoço, para ver se tinha batimento cardíaco.
- Ele ta respirando. – James disse para mim, voltei a olhar Nick.
- Que pena, eu errei. – Ele disse com um sorriso sínico.
- Mas eu não errarei. – Mirei em sua testa.
- Scooter. – James disse, eu só queria me livrar desse desgraçado.
- Você não faria isso. – Ele ria.
- Não, porque não sou repugnante como você. – Abaixei a arma. – James. – Ele levantou e se aproximou. – Cuide dele. – Disse e lhe entreguei a arma. James começou a bater no Nick e o imobilizou no chão, precisamos de ajuda. Ajoelhei-me ao lado do Justin e ele se mexeu.
- Não se mexa. – Disse, o olhando, você está perdendo muito sangue. – A bala acertou um pouco acima do coração, entre o pescoço e o ombro dele. – Justin me olhou e piscou algumas vezes, ele fazia um esforço enorme para manter os olhos abertos. – Olhe para mim garoto, olhe para mim.
- E-e-eu... – Ele não conseguia falar, notei que estava com dificuldade para respirar.
- Shhhh, vou levá-lo para o hospital. – Olhei para James, que mantinha Nick imobilizado não chão. Max entrou pela porta e avançou para cima do Nick, ele lhe deu uma coronhada na nuca e ele desmaiou.
- Filha da... – Max não terminou a frase. – E aí James Bond. – Ele abraçou James.
- Max... Me ajude a levar o Justin para o carro. – Disse e eles se aproximaram. James olhou diretamente em meus olhos e me ajudou. Saímos dali sem nenhum problema, os capangas haviam fugido, Nick ainda estava desmaiado, o colocamos no porta mala.
[...]
Caminhava de um lado para o outro no hospital, eu sinto que Justin está em perigo, ele perdeu muito sangue. Elena e James me encaravam, Max folheava uma revista. Vi o doutor sair de sua sala e caminhar em minha direção, ele parecia tenso, fiquei o fitando.
- E então? – Perguntei aflito.
- O garoto está em estado grave, ele perdeu muito sangue e a cirurgia para a retirada da bala é delicada. – Ele tentava dizer sem me deixar mais tenso. – Estamos fazendo o possível para que ele melhore. – Abaixei a cabeça e deixei as lágrimas rolarem, senti alguém me tocar e Elena me abraçou.
- Vai ficar tudo bem. – Ela sussurrou e me abraçou forte.

Megan POV
Scooter e Max haviam saído e não voltaram até agora, Tyler tentava me distrair, mas eu sei que há algo errado. Eu tentava tirar alguma informação do Ty, mas ele era tão sério e irônico, que me irritava. Fiquei encarando a televisão, enquanto ele tentava tocar o violão do Justin, quando o celular dele tocou. Ele estava tenso também, eu via isso em seus olhos.
- Alô? – Ele atendeu e ficou mudo por um tempo, não demonstrava nada pela expressão. – E-e-ela está aqui. – Tyler me olhou.
- O que? Quem é? – Ele continuou ouvindo e não falou mais nada. – Tyler?
- Mas Max... Sim... Ele está... Mas... Ok.
- O que? – Perguntei nervosa, Tyler tirou o telefone do ouvido e abaixou a cabeça.
- Temos que sair Meg. – Ele levantou e estendeu a mão para mim.
- Para onde?
- Não me pergunte nada, por favor. – Ele pediu, triste e me puxou. Tyler chamou um táxi e disse o endereço do hospital, no centro, meu coração disparou.
[...]
Tyler e eu entramos no elevador, eu senti um frio na barriga, estava com medo do que poderia ter acontecido. O elevador abriu e eu vi várias pessoas, com feições entristecidas, alguns enfermeiros passavam apressados, outros levavam pacientes em macas. Segurei a mão do Tyler e ele me olhou, passando confiança. Dei alguns passos e vi meus... Meus pais?
- AI MEU DEUS, MEGAN! – Mamãe levantou da cadeira e correu para me abraçar.
- M-m-mãe – Eu já estava em prantos.
- Querida, você está bem? – Ela segurou meu rosto e ficou me olhando. – Ai, eu fiquei tão preocupada.
- Filha. – Papai me abraçou também.
- Eu pensei que não os veria mais. – Disse, chorando. – Eu fiquei com tanto medo.
- Oh filha. – Mamãe acariciava meu rosto, me abraçava, beijava minha testa. Olhei em volta e vi Scooter e Max, sentados lado a lado, Max lia uma revista e Scooter encarava o chão.
- O-o-onde está... Onde Justin está? – Perguntei os olhando, Scooter me olhou.
- Filha... – Mamãe abaixou a cabeça.
- Alguém pode me explicar o que estamos fazendo aqui? – Tentava manter a calma, mas eu estava com medo de ouvir a resposta.
- Eu posso falar com ela? – Scooter perguntou, olhando meu pai, ele assentiu e eu acompanhei Scott. Ele me levou à uma área de espera, mais vazia e nós sentamos.
- Onde Justin está?
- Calma Meg... – Scooter soltou um suspiro.
- É por causa dele que estamos nesse hospital?
- Justin perdeu muito sangue... E-e-ele... Nick atirou nele. – Scooter me encarou. – O estado dele é grave.
- Não, não, não, não. – Coloquei as mãos no rosto e Scooter me abraçou. – E-e-ele v-v-ai... Ele vai.
- Não pense nisso Meg, temos que ter fé. Ele vai sair dessa.
- Vocês não deviam ter desafiado Nick, ele é um psicopata... – Eu levantei. – Onde ele está?
- O deixamos na ACOS, eles vão cuidar dele Meg.
- Eu vou matar aquele desgraçado. – Scooter segurou meu braço.
- Você não vai fazer nada, muita gente já ficou em risco, já chega. – Ele estava nervoso.
- Eu quero ver o Justin. – Enxuguei as lágrimas e disse com firmeza. Scooter assentiu e ele foi falar com uma enfermeira, ela não quis me deixar entrar, mas eu dei um jeito.
- O que você vai fazer encrenca? – Tyler perguntou, desconfiado.
- Distraia aquela enfermeira, por favor. – Pedi e ele assentiu. Tyler foi falar com ela e eu caminhei em direção as salas, ela havia dito que Justin estava na 12. Abri a porta e vi Justin deitado em uma maca, ele estava cheio de fios e tinha algo no rosto aproximei-me, ele estava respirando através dos aparelhos. Sua camisa estava encharcada de sangue e tinha um ferimento em seu peito.
- Oh, meu amor. – Deitei a cabeça sobre seu peito e ouvi os seus batimentos cardíacos, um pouco lentos. – E-e-eu sinto muito, você não tinha nada a ver com essa história – As lágrimas tomaram conta do meu rosto. Justin não se movia, não correspondia – Volte para mim, meu amor. Por favor, volte para mim. – Aproximei meu rosto do seu. – Eu te amo Justin... – Selei nossos lábios por alguns segundos. – Fique comigo.
- Quem é você? – Olhei para trás e uma enfermeira me encarava. – Garota, você não pode ficar aqui.
- E-eu s-só...
- Por favor, sai. – Ela estava sendo tão grossa.
- Por que ainda está sangrando? – Disse, olhando minhas mãos com sangue.
- O que você é dele? – A enfermeira parecia temer algo.
- N-namorada, eu acho. – Olhei-a, confusa. – Por quê?
- Ele está muito mal, muito mesmo. – Ela se aproximou e mediu os batimentos cardíacos do Justin.
- M-mas ele vai... Ele vai aguentar não vai? – Senti uma dor no peito. – Me diga a verdade.
- Eu não sei, isso depende da gravidade... O tiro atingiu uma parte muito sensível do corpo e o garoto perdeu muito sangue.
- Ainda está sangrando. – Eu ia enxugar minhas lágrimas, mas minhas mãos estavam sujas de sangue.
- Sim, o hospital está cheio, nós fizemos um curativo, mas não adiantou muito Agora iremos levá-lo para a UTI... E você já devia ter ido.
- Me prometa que irá fazer o possível para salvá-lo? Por favor. – Ela pensou e me olhou. – Por favor?
- É claro, eu irei fazer o possível. – Ela sorriu fraco. – Agora vá, antes que o doutor chegue e me dê uma bronca.
- Ok – Virei-me para o Justin e aproximei-me novamente. – Eu estarei te esperando, meu amor – Beijei sua testa e sai dali, apressada.
Continua...

Ane Borges tudo bem :)
Sarah Gilbert somos duas haha a preguiça chegou aqui e decidiu ficar :p

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sexta-feira, 17 de maio de 2013

"The Mission" - Cap. 20




Megan POV
- Se fizer alguma besteira o garoto morre... Isso se ele não morrer antes. – O bandido me disse rindo e entrou no carro. Vi o automóvel desaparecer na curva e desabei no chão. Eles o levaram por minha culpa, eu sabia que devia ter ficado longe. Um casal passou por mim e ficou me olhando, eu chorava desesperadamente.
- Você está bem? – A garota me perguntou, olhei-a e balancei a cabeça. – Quer que eu ligue para alguém? Está passando mal?
- Eles levaram meu namorado... – Murmurei entre o choro. – O sequestraram.
- Então, devo ligar para a polícia. – O menino tirou o celular do bolso.
- Não, eu vou para casa. – Disse, me levantando.
- Garota, você precisa avisar as autoridades.
- Obrigada por se preocuparem, mas a autoridade não pode interferir nisso. – Virei-me e caminhei em direção à praia, precisava chegar logo em casa, preciso falar com o Scooter. Mesmo sabendo que não podemos fazer nada, sem que Justin sofra. Cheguei em casa e fui atrás do Scott, o encontrei na sacada do seu quarto.
- Scooter... – Disse e ele me olhou, assustado.
- Meg, o que aconteceu? – Abracei-o e voltei a chorar.
- Eles levaram o Justin... – Disse, soluçando.
- O que? – Ele me olhou confuso.
- Os bandidos, levaram o Justin e me ameaçaram... Scooter, eles vão matá-lo. – Afastei-me e cobri o rosto com as mãos. – Eu nunca devia ter vindo para cá... Eu os coloquei em risco e agora olha o que aconteceu. – Scooter estava inconformado. – É a minha família que eles querem arruinar, você não deviam estar envolvidos nisso... Justin não devia ter sido levado.
- Acalme-se Meg, nós vamos resolver isso...
- Por quê? Por que se importa tanto Scooter? Meu pai não discutiu com você?
- Não vamos falar sobre isso agora, Meg. – Scooter entrou no quarto e começou a procurar por algo.
- E agora?
- Vá dormir.
- Dormir? Justin está correndo risco por minha causa e você manda ir dormir? – Perguntei nervosa.
- É o melhor a se fazer...
- E quando eu acordar, vocês terão saído e se colocarão em risco, por minha causa
- Se te consola, isso não é por sua causa, é pelos seus pais, por Justin e pela ACOS. – Ele disse, com um tom de ignorância. Dei-lhe as costas e sai do quarto, batendo a porta.
- Hey, pirralha. – Max me parou no corredor. – Scooter está ai?
- Por quê? Vocês irão planejar o dia de super-herói? Vocês acham mesmo que conseguem salvar as pessoas de bandidos, sem ter consequencias?
- Que bicho te mordeu Megan?
- Eles sequestraram o Justin, Max... – Disse e tentei conter as lágrimas. – O levaram e agora eles irão o matar.
- Não diga isso, porque tanta negatividade? – Max estava chocado e pensativo. – Droga.
- O que estão armando Max? Qual o plano de vocês?
- Não tem plano Megan, o plano é sobreviver. – Max disse nervoso, com a voz alterada. – Você não conhece Nick... Não faz nenhuma ideia do que ele é capaz de fazer para conseguir o quer. – Fiquei o olhando, com medo. – Vá dormir. – Obedeci, em silêncio. Eu não queria continuar aquela conversa, só estava ficando mais nervosa e aflita. Entrei no quarto do Justin e olhei em volta, aproximei-me dos quadros e fiquei encarando as fotos.
- Vai ficar tudo bem. – Sussurrei para mim mesma.
[...]
Estava no quarto, deitada na cama, encarando o teto, quando Tyler entrou. Ele me olhou e sorriu fraco e se aproximou e sentou ao meu lado, ficamos nos olhando. Ty sabe, eu vejo isso em seus olhos e, ele está procurando palavras para me consolar.
- Justin vai voltar... E seus pais também. – Ele segurou minhas mãos.
- Às vezes, parece que isso nunca irá acabar. – Abaixei a cabeça. – Que nunca terei minha vida de volta.
- Logo tudo irá se acertar, gatinha. – Tyler sorriu e beijou minha mão. – Vem cá Meg. – Ele abriu os braços e me abraçou, voltei a chorar.

Justin POV
Senti uma pancada na cabeça e tudo ficou escuro. Cai no chão e senti que alguém me batia, eles riam do meu sofrimento. Abri os olhos e vi mais duas cadeiras, com cordas em cima. Três homens, ao total, se dividiam para me espancar, eu já não aguentava mais de dor.
- Quem é esse? – Ouvi uma voz e consegui enxergar, meio embaçado, alguém parado na porta. – Parem de bater no garoto.
- Cala a boca Agente James. – Agora, quem falava era o Nick. – Quem manda aqui sou eu. James, é o pai ma Meggy. Recebi um soco na barriga e gritei de dor. – Conhece o garoto Elena? – Tentei olhar e vi que eles amarravam um homem e uma mulher nas duas cadeiras. – Ele é sobrinho do Scott. – Nick me chutou.
- AAAAH. – Gritei e fechei os olhos, tentando amenizar a dor.
- Ele é namorado da filhinha de vocês, sabiam? – Nick ria. – Ela me trocou por esse pirralho.
- Quando sairmos daqui, eu te darei um soco por ter tocado em minha filha. – James disse com tom de ameaça, sem medo.
- Justin, você tem sorte que morrerá antes de poder conviver com seus sogros. – Nick encostou algo em minha nuca
- SOLTE O GAROTO NICK, ELE NÃO TEM NADA COM ESSA HISTÓRIA. – James o desafiou.
- CALA A BOCA. – Ele estava transtornado. – Se disser mais uma palavra, eu aperto o gatilho. O silencio reinou no local, a arma de Nick ainda estava apontada para mim, eu me contorcia de dor no corpo.
- Senhor...
- Eu disse para ficarem lá fora, inúteis.
- Scooter está ai. – O cara disse e Nick sorriu.
- Temos visita. – Ele comentou. – Agora a festa está completa. – Nick se afastou e mandou um os seus cachorrinhos nos olharem. Olhei para James e ele arregalou os olhos.
- Hey, pode me ajudar aqui? – James disse ao cara, ele se aproximou e recebeu um golpe de luta, e caiu no chão, desacordado. James se soltou e soltou Elena, eles se aproximaram de mim.
- Consegue andar? – Ela perguntou, preocupada.
- Não sei. – Tentei levantar e desabei no chão.
- Elena, saia daqui. – James disse, me ajudando a levantar. – Vá para a casa do Scooter, cuide da nossa menina – Isso tem som de despedida.
- Não, se pegarem?
- Meu amor, você precisa voltar para a casa, precisa cuidar da nossa menina. – James segurou o rosto dela e beijou sua testa. – Rápido, querida.
- Eu te amo James. – Elena disse e saiu correndo dali, ouvimos barulho de tiro, James me levantou e quando estávamos chegando, na porta, Nick apareceu, apontando a arma para mim, de novo.
 CONTINUA...

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