terça-feira, 28 de maio de 2013

"The Mission" - Cap. 22





Megan POV

Voltamos para nossa casa. Meus pais me contaram como tudo aconteceu, mas eu não ouvi nem metade, minha cabeça está cheia. Eu estou muito feliz por eles estarem de volta, mas não queria ter perdido o Justin. Não, eu não o perdi, não pense nisso Megan. Uma lágrima percorreu meu rosto e caiu na foto que eu segurava, era a única foto, em papel, que eu tenho com ele. Limpei o papel e coloquei em um porta-retratos, olhei em volta, procurando um lugar para aquele retrato, coloquei ao lado da minha cama e fiquei olhando. Sorri, o sorriso do Justin é tão contagiante... E eu sinto tanta falta dele.
- Filha? – Mamãe bateu na porta do quarto. – Eu fiz um lanche, venha comer.
- Estou sem fome. – Disse, sem olhá-la.
- Oh querida, eu sinto muito pelo seu namoradinho... – Ela disse isso com tanta frieza.
- Ele não era só “meu namoradinho”, mãe. Justin esteve ao meu lado em todos os momentos em que vocês estiveram longe. Ele foi meu companheiro, foi um amigo, um irmão. Nós fazíamos piadas um do outro, riamos o tempo todo, às vezes brigávamos, mas logo tudo se acertava. Confiamos um ao outro, contávamos segredos, nós até comentávamos sobre as pessoas que nos interessavam, no começo, mas depois essa amizade foi além. – Pronto, lá estava eu chorando. – Passamos a nos olhar com outros olhos e quando notamos, estávamos andando de mãos dadas e trocando carinhos. Ele me fez feliz, quando eu achava que tudo havia acabado.
- Ele era muito importante para você, não é? – Ela estava emocionada também.
- Ele é importante e vai continuar sendo. – Olhei para cima, tentando não chorar mais.
- Me desculpe por ter dito...
- Tudo bem. – Notei que ela olhava o meu novo retrato.
- É um rapaz muito bonito. – Ela sorriu, assenti. – Você verá, querida, logo ele estará saindo daquele hospital. – Ela beijou minha testa e saiu do quarto.

As semanas foram passando e viraram meses, para ser mais exata, havia passado seis meses desde que Justin foi internado. Houve um momento em que ele esteve melhor, chegou a mexer alguns músculos, mas não passou disso. Segundo os médicos, a bala atingiu um lugar delicado e quando o deixaram em coma induzido, o corpo dele reagiu mal e isso só piorou a situação. Além disso, Justin estava com dificuldade para respirar e se desligassem os aparelhos, ele não aguentaria nem dois dias.
Estava no quarto, segurando as mãos dele. Eu o observava há algum tempo, pensando em tudo que faremos quando ele sair daqui. Ia abraça-lo, quando ouvi o barulho da maçaneta, olhei para a porta e Melissa entrou, segurando o bebê.
- Oh, eu volto depois. – Ela disse, dando meia volta.
- Não Melissa, espere... Pode entrar. – Afastei-me do Justin e caminhei até a janela, eu acho que ela está esperando que eu saia, mas não irei.
- Hey filha, olhe o papai. – Ela dizia com uma voz doce e amável. – Ele está dormindo, mas logo irá acordar para trocar suas fraldas e sair para te ensinar a andar de bicicleta. – Olhei-a e vi que Melissa enxugou o rosto. – Ele ficará bem.
- Ele ficará muito bem e irá ser um daqueles pais corujas que irá te ligar o tempo todo para saber o que está fazendo, com quem está. – Disse, aproximando. – Irá implicar com seus namorados e ficará emburrado quando lhe apresentar algum garoto. – Sorri para Melissa e segurei a mãozinha da Charlotte.
- Mas mesmo assim, será um pai muito amável. – Melissa me olhava.
- Ouviu Lottie?  
- Obrigada Megan. – Melissa sorria.
- Eu sei que Justin ficará muito feliz quando conhecê-la. – Afirmei e ela suspirou.
- Sim. – Ela me abraçou. – Pode segurá-la, eu preciso ir ao banheiro.
- Claro. – Peguei a bebê e fiquei brincando com ela.
- Hey papai, acorde logo. – Mudei a voz e disse ao Justin. – Você precisa conhecer essa princesinha. – Segurei a mão dele e senti um arrepio no corpo, aproximei Lottie e ela apertou o nariz do Justin, comecei a rir.
- MEGAN, VAMOS EMBORA. – Papai entrou no quarto, gritando, olhei-o, arregalei os olhos, estava confusa e assustada. – Devolva essa menina e vamos embora.
- Por que está gritando? – Perguntei, balançando Lottie para que ela não chorasse.
- EU DISSE PARA DEVOLVER ESSA MENINA.
- James, pare de gritar. – Mamãe entrou ali e Melissa estava atrás, ela pegou sua filha e me olhou, sem entender.
- Agora vamos. – Papai puxou meu braço.
- Para onde? O que está acontecendo? – Soltei-me e o olhei. Scooter entrou na sala e fechou a porta.
- James, vamos conversar... – Ele disse, seus olhos estavam vermelhos.
- Não, nós não vamos. – Papai partiu para cima dele, mas mamãe entrou na frente.
- Vamos embora, agora. – Ela disse e segurou o rosto do meu pai. – Agora. – Repetiu. – Venha Meg.
- Mas mãe...
- Se despeça de todos e venham, nós estaremos no carro. – Eles saíram dali.
- Scott, o que está acontecendo?
- Vá com seus pais Meg. – Ele abaixou a cabeça. – Mas, você vai querer se despedir do Justin, antes...
- Despedir, por quê?
- Eu prefiro que eles te contem. – Scooter e esse papinho de “eu prefiro que eles te contem”, isso me irrita profundamente. Virei-me e caminhei até a cama, onde Justin dormia, como um anjo. Acariciei seu rosto e beijei sua testa. Eu não sei o que está acontecendo, não sei o motivo da fúria do meu pai, mas sinto que algo irá nos afastar.
- Eu estarei aqui meu amor... Estarei aqui quando você acordar. – Eu olhava para aquele rosto, angelical, sem saber como me despedir. Justin continuava imóvel, meus olhos marejaram, e eu tentei não deixar as lágrimas caírem. aproximei-me ainda mais e selei nossos lábios, por alguns segundos. – Eu te amo. – Disse e foi o que fez as lágrimas tomarem conta do meu rosto.
- Se ele melhora, eu te ligo. – Scooter disse, olhei-o e assenti. – Até mais Megan. – Ele me abraçou.
- Meu pai vai me afastar de vocês, não vai? – Perguntei e Scooter abaixou a cabeça.
- Eu espero que não Meg, você tem mudado a vida do Justin e, eu confesso, a minha também. Eu só espero que isso seja um “Até logo”. – Ele me olhou, de novo. – Não fique com raiva de mim, por favor. – Eu queria perguntar, mas fiquei quieta. – Agora vá, antes que seu pai fique mais nervoso. – Assenti e olhei Justin, pela última vez. Sai dali antes que eu ficasse em prantos.
[...]
Vi minha mãe se aproximar, enquanto eu procurava algo para comer, na cozinha. Ela ficou me olhando, seu rosto estava avermelhado, eu a ouvi, enquanto discutia com meu pai, eles brigaram por quase uma hora. Peguei a caixa de cereal e o leite.
- Acho que precisamos conversar, não é mesmo? – Ela quebrou o silêncio.
- Não sei. – Dei de ombros e coloquei o cereal em uma tigela, depois o leite, peguei uma colher e quando ia comer, mamãe segurou meu braço.
- Eu estou falando com você Megan.
- Eu estou ouvindo. – Respondi e deixei o cereal, de lado. – Mas a única coisa que me interessa, agora, é saber o que acontece com vocês e o Scooter. – Mamãe mudou a expressão. – Será que eu posso saber?
- Seu pai é um pouco ciumento, só isso, filha. – Ela não queria contar.
- Mãe, eu não sou mais uma criança e, além do mais, eu sei que Scooter já gostou de você quando eram adolescentes.
- S-s-sabe?
- Ele me contou, quando não sabia que eu era filha de vocês... Mas, hoje, no hospital, ele disse que preferia que você me contassem... O que?
- Meg, eu e Scooter éramos muito amigos... Para mim, era só isso. Então eu conheci o seu pai, me apaixonei e quando nós começamos a sair, Scooter se declarou para mim, mas no outro dia, ele disse que estava bêbado e pediu para esquecer. – Ela soltou um suspiro. – Nós três nos tornamos muito amigos, vivíamos juntos, o tempo todo e, seu pai me pediu em namoro... Então Scooter começou a se afastar, ele ficou estranho e começou a beber.
- Uau. – Comentei, foi mais forte que eu.
- E um dia, quando eu estava em uma festa de uma colega da escola, com seu pai, Scooter se aproximou e disse que me amava, então ele me beijou. Mas o seu pai viu e eles começaram a brigar, foi horrível. – Mamãe me olhou e parou por um tempo. – E a partir daquele dia, seu pai e Scooter brigavam toda vez que se viam, todos os dias. – Ela continuou.
- E a ACOS?
- Ah sim... Nós éramos jovens aprendizes, eu conheci Scooter lá e depois conhecemos o seu pai. Sempre estivemos na ACOS... Enfim, me casei com seu pai e nunca mais vimos Scooter, ele pediu transferência de base e se mudou para outro continente.
- E por que papai fez todo aquele escândalo? – Perguntei, confusa.
- Eles começaram a discutir, acho que Scott disse que Justin só estava ali por culpa do seu pai... Eu não entendi muito bem... – Mamãe estava muito triste. – E não foi só isso, eles estavam discutindo e Scooter disse que... – Ela abaixou a cabeça e encarou os pés. – Ele disse que se não fosse o seu pai, eu estaria casada com ele, disse que eu o amo.
- Droga. – Eu pensei que tinha sido menos sério, mas Scott foi longe demais. – E o que você fez mãe?
- Nada, eu não sabia o que fazer... Eu não aguento mais isso, Scott e eu éramos melhores amigos e era para ser assim até hoje. – Ela cobriu o rosto com as mãos, escondendo as lágrimas. – Dói muito vê-los brigando.
- Você gostava dele mãe?
- Não... Eu o via como um grande amigo... Eu sempre amei seu pai. – Mas ele não entende.
- Scott não tinha nada que dizer isso... – Ele me pediu para não odia-lo, eu não irei, mas estou brava, muito brava.
Continua...

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3 comentários:

  1. Tá muito bom... continua logo..e tenta nao demorar tanto pra postar!! *-*

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    1. Ah, desculpa... É que eu estou cheia de trabalhos e ainda to fazendo curso :x mas vou tentar!

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  2. Eeeeeeeeeeeeeeeita lasqueira!!! kkkkkkkkkkkkkkkk que reviravolta! Continua logo,está tudo perfeito!!! Beeeeeijos.

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