Minha rotina se tornou cada vez
mais cansativa por ter que visitar o hospital todos os dias. Eu vou ao hospital
e o doutor me examina e faz milhares de exames, para que possa encontrar o
melhor tratamento para mim. Depois, eu volto para casa e finjo não estar
doente.
- Filha, tem visita para você. –
Maisie disse, depois de abrir a porta do meu quarto sem bater.
- Ta, diz para entrar. – Dei de ombros,
imaginando ser a Eve, continuei folheando os livros de literatura, criando
coragem para começar o trabalho.
- Estudando? – Arregalei os olhos
quando ouvi aquela voz, levantei a cabeça e Justin segurava um buque de flores.
O QUÊ? – Estou atrapalhando?
- O que está fazendo aqui? Ai Meu
Deus Justin! – Levantei da cama e o encarei.
- Eu só... Eu só queria dizer
oi... Sei lá. – Ele parecia confuso.
- E essas flores? Minha mãe vai
espalhar para a vila inteira. – Meu desespero estava um pouco exagerado, eu
sei.
- Me desculpe. – Justin encarava
as flores.
- Não, eu que devo me desculpar!
É que minha mãe vai aumentar tudo e... Tudo bem, me desculpe.
- Se quiser, eu posso ir embora.
– Ele me entregou as flores.
- Não, pode ficar! São lindas,
obrigada. – Sorri e coloquei o buque em cima da minha cama.
- Então... – Ele ficou me olhando
e eu franzi a testa. Então, o maior babaca do colégio entra no meu quarto,
sábado à noite, com um buque de flores e fica me encarando sem saber o que
fazer.
- Você quer beber alguma coisa? –
Perguntei, tentando parecer educada.
- Não obrigada. – Justin olhava
em volta do meu quarto. Peguei os livros e cadernos em cima da minha cama e
coloquei em outro lugar, olhei em volta e vi se tinha algo que eu deveria
esconder, mas não encontrei nada. – Seu quarto é legal. – Ele sorria, olhando
as prateleiras com ursos de pelúcia.
- Justin, o que veio fazer aqui?
– Perguntei sem entender essa visita.
- Eu estava entediado e queria me
divertir um pouco. – Ele nem olhou para mim, continuou encarando cada detalhe
do meu quarto.
- Se divertir aqui? Não encontrou
nenhuma vadia disponível? – Joguei-me em minha cama, meu corpo estava pesado e
a falta de ar parecia estar querendo se mostrar.
- Você é mais divertida que elas.
– Ele me olhou e sentou na beirada da minha cama, fechei os olhos e tentei
inspirar o máximo de ar que podia, mas parecia que não havia ar ali. E como se
não bastasse a falta de ar, comecei a tossir como uma louca, chegava a doer
minha garganta.
- Está tudo bem, Elizabeth? –
Justin me olhou.
- Sim, só estou um pouco gripada.
– Menti. Não acho que seja necessário Justin saber sobre minha doença, não
agora pelo menos.
- O que faz aqui para se
divertir? – Parecia que ele estava em busca de um parque de diversões.
- Não é muito divertido ficar
aqui, para ser sincera. – Disse, enquanto tentava controlar minha tosse.
- Então vamos conversar. – Justin
virou e ficou me olhando. – Conte-me mais sobre você.
- O que quer saber?
- Você já namorou? – Ele foi
direto. – Me desculpe a invasão, não precisa responder se não quiser.
- Sim, por dois anos. – Disse e
Justin arregalou os olhos.
- O que? – Nós rimos. – É tão
surpreendente assim?
- Não, é que foi por muito tempo.
– Ele ainda ria.
- E você?
- Nunca namorei, mas eu já fiquei
com a mesma garota por duas semanas. – Ele disse meio constrangido, mas depois
caiu na gargalhada. – Eu sei, sou um imbecil e blá blá.
- É um imbecil porque quer
Justin. – Disse séria e ele parou de rir. Justin abaixou a cabeça e eu peguei o
controle da TV, mudei de canal até encontrar um filme de comédia. – Ai está
algo divertido. – Ajeitei-me na cama e entrei debaixo da coberta.
- Finalmente! – Justin sorriu e
deitou ao meu lado, por cima da coberta.
- Justin, nenhum cara deitou em
minha cama antes. – Comentei e ele me olhou.
- É a primeira vez que essa cama
recebe um homem? Eu fui o primeiro? – Ele riu.
- Era para você se tocar e
levantar, mas é claro que você tiraria vantagem disso. – Revirei os olhos e
Justin me abraçou. – Ok, chega. – O empurrei.
- Ah, vem cá – Ele me abraçou de
novo e começou a fazer cócegas.
- NÃO JUSTIN, NÃO. – Gritei e ele
parou, mas continuou me abraçando. Justin colocou os fios do meu cabelo no lugar
e olhou nos meus olhos, eu conseguia ouvir seus batimentos cardíacos.
- E-e-eu... Eu acho... Acho
melhor eu ir embora, não avisei meus pais que iria sair. – Ele me soltou e
levantou. – Te vejo na escola?
- Até mais. – Disse, ainda
tentando entender o que acabou de acontecer.
Continua...
Anônimo Eu demoro para postar porque eu estudo, e não ta fácil pra niguém...
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