sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

"Falling" - Cap. 33



Sai de casa e vi Justin sentado na calçada, ele me olhou, sorriu e levantou. Aproximei-me sorrindo e nós nos beijamos. Justin não estava sorrindo sinceramente, ele estava preocupado, talvez com medo.
- Está tudo bem? – Perguntei depois que nos afastamos.
- Eu só quero que tudo fique bem logo, para eu poder ficar com você sem medo. – Justin abaixou a cabeça e segurou minha mão.
- Eu queria poder te ajudar como você fez comigo. – Estava desapontada comigo mesma.
- Chega desse clima, chega, vamos falar sobre o nosso jantar de hoje. – Justin me puxou e nós caminhamos na direção da escola.
- Jantar? – Perguntei confusa.
- Você aceitar jantar comigo? – Ele perguntou me olhando.
- Sim Justin, mas...
- Sem perguntar, eu te pego às oito. – Ele sorriu e olhou para frente, conversamos sobre coisas aleatórias até chegar na escola e ver o desgraçado do Bill rodeado de garotas, Justin apertou minha mão sem perceber.
- Olhe para mim, Justin. – Parei de frente para ele e senti minha mão solta. – Você não vai mais conversar com ele, você não vai mais nem chegar perto dele.
- Essas garotas podem estar em perigo.
- Você está em perigo! E ele não vai fazer nada com elas na frente de todo mundo, isso é só para te irritar.
- Ok, vamos entrar. – Justin entrelaçou nossos dedos e voltamos a caminhar, Bill nos olhou e acenou, Justin o fuzilou com os olhos e continuou andando.
- Justin, Justin, Justin! – A garota que faz o jornal da escola parou o Justin. – Podemos fazer uma entrevista com você?
- Agora?
- Não, depois do primeiro horário. – Ela disse arrumando o óculos que caía o tempo todo em seu rosto.
- Claro. – Justin sorriu e a garota ficou animada.
- Muito obrigada, te vejo depois. – Virei e vi alguns anúncios colados na parede.
- Justin, estão precisando de alguém para trabalhar na sorveteria. – Peguei meu celular para anotar o número que estava ali.
- Você quer trabalhar? Por quê?
- Porque eu preciso ajudar em casa e tenho que te pagar o carro. – Disse sabendo que ele ficaria irritado.
- Você não vai me pagar nada...
- Justin, eu vou pagar! – Segurei o rosto dele. – E não se discute mais isso. – Lhe dei um selinho e me afastei. – Vou procurar o Brandon, até daqui a pouco.
- Espera Lizzie. – Justin correu e parou de frente para mim. – Se encontrar o Brandon, diga para ele me procurar? – Justin estava tenso.
- Tudo bem. – Sorri e fiquei o olhando. – Boa aula. – Justin segurou meu queixo e me deu um beijo calmo, abracei sua cintura e ele segurou minha nuca, nos afastamos quando o sinal ecoou pelo corredor.
- Minha aula vai ser maravilhosa. – Justin sorriu com malícia e eu o empurrei para abrir caminho. – ATÉ MAIS TARDE AMOR! – Justin gritou e algumas pessoas me olharam, abaixei a cabeça e ri, caminhei para a sala, Brandon estava cochilando, todo desleixado na cadeira.
- FOGO! A ESCOLA ESTÁ PEGANDO FOGO! – Gritei e Bran pulou da cadeira, assustado, eu e todos que estavam na sala rimos dele.
- Não faz isso. – Ele colocou a mão do peito e sentou de novo.
- Justin pediu para você procurar ele. – Disse e sentei no meu lugar. A aula passou rápido, eu dei uma boa cochilada em metade dela, mas consegui copiar a lição. Peguei minha bolsa e os livros e sai apressada da sala.
- Hei, minha tia tem uma loja de perucas, posso te entregar o cartão de lá? – Uma garota me parou e perguntou, estendendo o cartão, engoli a raiva que senti e peguei o cartão. Não sei se a garota estava me zoando, mas preferi não dizer nada, virei e sai dali. Vi Justin e Bran conversando perto dos armários deles, eles estavam rindo até me verem e pararem, acenei e entrei na biblioteca.
- GRACE! – Abracei-a, as pessoas que estavam lendo me encararam, ignorei-os.
- Querida. – Grace me olhou com os olhinhos brilhando. – Pensei que não viria mais me visitar.
- Eu sempre virei te visitar. – Puxei uma cadeira e sentei ao lado dela. – Olha, me deram um cartão de uma loja de perucas. – Joguei-o em cima da mesa.
- Você é linda, filha, não precisa disso – Grace acariciou meu rosto.
- Eu sei, as pessoas ficam tentando me colocar para baixo... Justin sempre diz para eu não me importar.
- Sabe, quando você estava viajando, Justin vinha aqui todos os dias ler os livros que você gosta, acho que ele leu metade daquela estante. – Ela apontou. – Ele passava o dia inteiro lendo e chorando, sentado ali. – Apontou de novo. – Onde você sempre senta.
- Todos os livros? – Eu estava encantada com o que ela disse.
- Sim, ele leu todos os livros que você já leu. Ele dizia que eram chatos, mas ele se sentia um pouco mais perto de você. – Grace estava com um sorriso enorme, com os olhos brilhando. – Nunca vi um adolescente tão apaixonado.
- Ele é um anjo. – Disse feliz por descobrir isso.
- Ele esteve aqui agora pouco, veio falar sobre você. – Grace organizava os livros na mesa. – Filha, não deixe esse garoto sair da sua vida. Eu sei que vocês são novos, mas eu olho para os olhos de vocês e vejo a paixão que sentem um pelo outro.
- Ele salvou a minha vida. – Eu amo falar sobre o Justin.
- Posso levar esse livro? – Bill surgiu o nada, eu até me assustei, ele sorriu para mim e eu desviei o olhar, com desgosto.
- Sim, querido, qual o seu nome? – Grace pegou seu caderno de anotações.
- Bill. – Ele disse ainda me olhando, revirei os olhos e o encarei. Bill colocou um pedaço de papel dentro da minha mochila e saiu dali depois de piscar.
- Grace, eu vou para a aula, eu volto depois. – Peguei minha mochila e o papel que Bill deixou. “Talvez eu só quisesse que as pessoas gostassem de mim quanto gostam dele, talvez eu só quisesse ser tão popular quanto ele”. Olhei para os lados e não vi Bill.
- Aqui. – Ele sussurrou no meu ouvido. – Talvez, Elizabeth, eu só quisesse ter uma garota como você. – Ele ia me beijar, mas eu me esquivei e ele quase caiu de cara no chão, cruzei os braços e o encarei.
- Você só pode estar brincando... Você só quer o que o Justin tem, sabe o que é isso Bill? Isso é inveja, porque você sabe que nunca será melhor que ele.
- CALE A BOCA. – Ele segurou meu braço. – Você esqueceu que eu tenho o seu namoradinho em minhas mãos?
- Eu tenho nojo de você. – Empurrei-o. – Pena, eu tenho muita pena do Justin por ter sido seu amigo, por ter te amado como um irmão, enquanto você só sentia inveja por não ser como ele. – Cuspi as palavras e Bill me soltou, ele colocou as mãos na cabeça e depois socou a parede.
- Sabe o que meu pai dizia para mim, Elizabeth? Ele dizia que tinha vergonha de ser meu pai, que o Justin era um filho exemplar, era o filho dos sonhos dele. – Bill tinha algumas lágrimas nos olhos, eu fiquei o olhando. – Ele tinha orgulho do Justin, porque ele conseguia as melhores garotas, porque ele conseguia o destaque no time, porque ele era o capitão do time...
- Você não devia se importar, eu estou careca e as pessoas me lembram disso o tempo todo, mas eu não me importo, porque eu não posso agradar a todos e eu não tenho que agradar ninguém.
- Elizabeth? – Ouvi a voz do Justin e o olhei. – O que está acontecendo?
- Bill, você precisa assumir a culpa do que fez. – Disse e ele me olhou rindo.
- Eu vou acabar com você, cara. – Ele apontou para o Justin. – Eu vou acabar com você! – Bill saiu irritado dali.
- Eu disse para você ficar longe dele...
- Ele tem inveja de você. – Pensando no que ouvi.
- Inveja de mim? O que? – Justin franziu a testa, confuso, contei o que Bill me disse e Justin ficou pensativo, nós matamos a segunda aula e depois eu acompanhei Justin na entrevista dele, isso nos descontraiu um pouco.
Continua...

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