- BIP BIP BIP BIP. – Estava um
pouco zonza e abri os olhos com dificuldade, vi meu pai deitado em uma poltrona
e o Mitchell todo encolhido em uma cadeira. Ia levantar meu braço e sentar, mas
os vários fios presos em mim me impediram, então fiquei imóvel. O barulho da
máquina ao meu lado estava fazendo minha cabeça estalar e o instrumento que me
ajudava a respirar estava me sufocando com tanto ar.
- Liz! – Mitchell pulou da
cadeira se aproximou. – Graças a Deus. – Ele suspirou aliviado.
- O que aconteceu? – Era difícil
falar.
- Nós te encontramos desmaiada no
quarto. – Ele disse e soltou um pouco os fios que me apertavam.
- O doutor disse que eu estava
bem, ele disse que logo eu estaria curada. – Disse confusa.
- Eles disseram que você pode ter
fica frágil demais e o câncer atacou com toda força, mas vamos esperar para que
eles digam o que aconteceu. – Mitchell falava baixo.
- Eu liguei para ele ontem. –
Disse lembrando.
- Liz, você ficou desacordada por
dois dias. – Ele disse preocupado com minha reação.
- Uou. – Fiquei encarando a
parede sem saber o que dizer.
- CADÊ ELA? ONDE ESTÁ A MINHA
FILHA? – Minha mãe entrou no quarto e correu para me abraçar, fiquei um pouco
sufocada, mas me senti bem quando ela me abraçou. – Oh, querida...
- Mãe. – Sorri e ela começou a
chorar. – O que está fazendo aqui?
- Eu vou ficar com você, queria,
vou ficar ao seu lado. – Enxuguei suas lágrimas. – Seus amigos queriam ter
vindo, mas eles puderam. A Eve ficou chorando um tempão quando soube o que
aconteceu.
- Eu espero voltar para casa
logo. – Disse cabisbaixa.
- Todos estão te esperando. –
Mamãe sorriu. Vi meu pai acordar e sorrir ao me ver viva.
- É bom ver vocês dois aqui –
Sorri quando meu pai se aproximou.
[...]
O Doutor me explicou o motivo do
desmaio e foi exatamente o que Mitchell disse. Quando eu estava chorando depois
da ligação do Justin, meu corpo ficou fraco e o câncer atacou com toda a força,
então comecei a sentir aquela dor insuportável e por isso desmaiei.
- Então o meu quadro piorou?
- Um pouco, mas aumentaremos as
sessões do tratamento. – Ele não olhava para mim, apenas anotava. – Você vai
precisar ficar calma, não pode deixar que o câncer seja mais forte que você. –
Agora ele olhou para mim, abaixei a cabeça e assenti. – Vai ficar tudo bem, não
se preocupe.
- Obrigada. – Disse cabisbaixa.
- Você pode voltar para casa, mas
se sentir qualquer dor, volte imediatamente. – Ele parecia preocupado. – Nos
vemos amanhã para o tratamento.
- Ahn, ok. Obrigada doutor. –
Apertei sua mão e sai da sala.
- Vamos querida. – Minha mãe me
abraçou e nós entramos no elevador.
Minha mãe se recusou a ficar na
casa do meu pai e alugou um quarto, em um hotel. Eu voltei para casa e fui
direto para o meu quarto, sentei em minha cama e fiquei pensando e refletindo
sobre tudo o que tem acontecido e sobre o que irá acontecer. Mitchell começou a
bater na porta do quarto, desesperadamente.
- VAMOS LOGO LIZ, ABRA A PORTA. –
Ele ria, levantei e abri a maldita porta.
- O que é? – Perguntei sem
paciência.
- Vou te mostrar a cidade. – Ele
puxou meu braço, Mitchell pegou o carro do meu pai e me levou para conhecer a
cidade, ele dirigiu pelos centros cheios de prédios comerciais, com dezenas de
andares e janelas espelhadas que refletem as nuvens. – Cidade de Londres. – Ele
riu. – É um dos principais centros financeiros do país.
- É lindo. – Disse encantada,
Mitchell parou o carro e nós descemos. Olhei em volta e vi várias lojas, parei
e fiquei encarando um salão de beleza. – Eu vou raspar o cabelo. – Disse segura,
Mitch ficou me olhando. – Você vem comigo?
- Claro que sim, Liz. – Ele
sorriu amigável e atravessou a rua comigo. – Mas tem certeza? Não prefere estar
com sua mãe quando...
- Eu não posso mais adiar, eu não posso acordar e ver o travesseiro cheio de fios de cabelo mais. – Eu
ainda olhava para o letreiro do salão. – Vai acontecer de qualquer jeito. –
Entrei e o sino que tinha na porta tocou.
- Hey... – Alguém parou o
Mitchell, olhei para trás e a porta se fechou antes que eu conseguisse ver quem era.
- Posso ajudar? – Uma mulher
sorridente perguntou.
- Eu preciso raspar o cabelo. –
Disse e fechei os olhos, comecei a desenrolar o lenço da minha cabeça, todos
que estavam no salão olharam para mim.
- Venha aqui, querida. – A mulher
segurou minha mão e me conduziu até a cadeira. – Você é muito linda. – Ela
disse olhando para mim através do espelho, sorri fraco e agradeci. – Bom, vai
ser muito mais rápido se você fechar os olhos.
- Sim. – Abaixei a cabeça e
fechei os olhos. Senti a maquina tocar minha cabeça e o cabelo cair sobre meus
ombros, uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
- Pronto querida. – Ela disse dois minutos depois e
eu abri os olhos lentamente, olhei o espelho e vi as lágrimas molhando todo meu
rosto.
- Liz. – Mitchell estava na
porta, levantei e o abracei. Nós fomos embora depois da moça que raspou o meu
cabelo me contar a história da mãe dela, que morreu com osteossarcoma, nós
choramos mais um pouco, mas depois nos despedimos e ela me desejou sorte.
Entrei no carro e encostei a cabeça na janela, eu observava tudo que passava
pelo carro, as pessoas sorrindo, os prédios sendo construídos, os pombos
buscando comida. Mitchell parou o carro no farol vermelho, continuei olhando
para fora da janela. Levantei a cabeça e forcei a visão, eu vi... Não podia ser. Forcei mais um pouco a visão tentando ter certeza
do que eu estava vendo.
- Mitch estacione o carro, por
favor. – Disse sentindo meu coração pular em meu peito.
- O que foi Liz? – Ele disse
confuso e fez o que eu pedi, desci do carro e fiquei encarando o que estava
fazendo meu coração acelerar. – Liz? – Mitchell estava atrás de mim, tentando
entender.
- A-a-aquele garoto. – Apontei e
meus olhos se encheram de lágrimas.
- Ele me pediu ajuda lá na porta
do salão. – Mitchell disse surpreso e deu alguns passos para se aproximar dele,
o segui e meio que me escondi atrás dele. – Eu estou indo para a rua que você
me perguntou agora, acho que é mais fácil aceitar a carona do que continuar a
pé. – Sai de trás do Mitchell e Justin me olhou surpreso até os olhos dele se
encherem de lágrimas, eu fiquei insegura em abraça-lo, talvez ele esteja
assustado em meu ver careca. – Cara, você está bem? – Mitch não havia percebido
ainda.
- Elizabeth. – Justin ainda
estava sem reação e chorava muito, e eu continuava olhando seus olhos. – Oh,
Elizabeth. – Ele soltou sua mochila e me abraçou forte, afundei a cabeça em seu
peito e seus braços me seguraram como se não fossem soltar nunca mais.
- Eu senti tanto a falta de
abraço. – Disse entre soluços e Justin me abraçou mais forte.
- Quando Eve me disse o que
aconteceu, eu pensei que iria te perder. Elizabeth, eu não posso te perder. –
Justin se afastou um pouco e olhou em meus olhos, levantou meu queixo e
me beijou, foi como se não nos víssemos há anos, tinha dor, saudade, paixão
nesse beijo.
- Obrigada por ter vindo. –
Abracei outra vez, eu não quero sentir falta desse abraço nunca mais.
Continua...
Comentem!
Continua...
Comentem!
Continua
ResponderExcluirContinua,Meus deus...chorei nesse capitulo :´)
ResponderExcluirvou te seguir no Twitter
-Mariana Luiza
Continua, esta muito lindo *-* até chorei haha posta logo..
ResponderExcluirContinuaaaaaaaaaaaa
ResponderExcluirSério ta perfeito *--*
Continua ta de mais ja tava demorando pro justin volta
ResponderExcluirAss: Stefany
OMG, chorei muito. Eu amo as suas fics <3 São tão originais e criativas *-* E também o seu português é maravilhoso :3
ResponderExcluirOwwn que lindo! Eu vi a cena dos dois abraçados e chorando, eu vi a cena cara!
ResponderExcluirContinua logo, beijos!