Caminhava segurando a pilha de livros da Amanda, ela me disse que se eu não carregasse seu material contaria meu segredo a todos. Então cá estou eu, sendo a escrava da vez. Ainda bem que é o ultimo dia de aula. Ela parou no meio do caminho, me fazendo derrubar os livros no chão.
- Inútil. – Amanda disse irritada. Agachei para pegar os livros e percebi que alguém me ajudava. Levantei a cabeça e encontrei seus olhos. – Justin, deixe que ela pega. – Amanda o puxou. Ele me olhou com pena. Idiota, não a obedeça, me ajude, eu te amo e sempre te ajudei quando precisou, mesmo que não saiba que era eu, mas eu te ajudei, pensei.
- Vou levar seus livros para o armário, depois você se vira, porque eu vou para casa. – Falei interrompendo o que seria um beijo dos dois. Amanda me fuzilou com os olhos e assentiu.
- Precisa de ajuda? – Justin perguntou olhando em meus olhos. Balancei a cabeça negativamente e me virei. Guardei os livros da chantageadora e caminhei em direção a saída. Senti uma mão tocar meu ombro. Chaz me virou para ele e me abraçou. Ele sempre me ignorava na escola, dizia não poder estragar a reputação. Ninguém sabia que nos falávamos, muito menos que éramos amigos.
- O que aconteceu? – Perguntei me afastando.
- Cansei de me importar com os outros, percebi a grande amiga que eu tenho e não vou te perder porque os outros não gostam de ti. – Ele falou e beijou minha bochecha. Percebi que todos nos olhavam.
- Chaz, no ultimo dia de aula, na saída? Eu entendo seus motivos. – Falei me afastando outra vez.
- Carol, fui um idiota contigo esse ano e você nunca me deixou, existe amizade mais verdadeira? – Franzi a testa e ele me abraçou. – Precisamos ir comprar os enfeites para o natal, a árvore da minha casa merece ficar linda. – Ele segurou minha mão e me puxou. Passamos a tarde toda comprando enfeites de natal. Chaz me pedia desculpa a cada segundo, ele estava mesmo arrependido.
“Princesa, como esta?” – Recebi a mensagem do Justin. Sorri e suspirei. Chaz me olhou confuso.
- Quem é? – Ele perguntou.
- Uma pessoa aí. – Dei de ombros e tomei um gole do meu suco. Chaz me olhou desconfiado. Quando ele foi pagar a conta eu respondi a mensagem.
“Estou respirando, acho que é o que importa” – Respondi e logo recebi a resposta.
“O que aconteceu meu amor?”
“Você continua mentindo para mim”
“Do que esta falando?”
“Justin acho melhor pararmos de nos falar, não gosto de mentiras” – Mandei e vi que Chaz voltava do caixa.
- Somos amigos, não? – Chaz perguntou. Assenti confusa. – Então me conte com quem esta trocando mensagens.
- Não posso Chaz. – Sorri forçado. Senti uma lágrima no canto do olho.
- Está chorando? – Ele levantou meu rosto.
- Vamos para casa. – Levantei e peguei meu copo de suco. Meu celular tocou, anunciando outra mensagem. Não olhei.
- Me deixa ver? – Pegou o celular do meu bolso e me olhou confuso. – Justin?
- Não diga a ele. – Peguei meu celular de volta.
- Você é a garota que ele falou? – Chaz sorriu. Abaixei a cabeça. – Carol, conte a ele.
- Não. – O olhei séria. – E você não vai contar Chaz.
- Por que não? Ele é apaixonado por você. – Ele falou. Senti meu coração disparar. Olhei a mensagem.
“Carol, eu te amo, não faça isso comigo” – Sorri involuntariamente ao ler, mas me lembrei da Amanda.
- Ele fica se agarrando com a Amanda todos os dias. – Falei e Chaz levantou meu rosto, para olhá-lo.
- Talvez porque a garota de quem ele realmente gosta, mente para ele sobre quem é. – Chaz disse olhando em meus olhos.
- Eu não minto, apenas não contei. Por favor, Chaz não conte, não quero que Justin se arrependa, ele nunca vai gostar de mim se souber. – Charles revirou os olhos e se virou.
- Como não reconhece sua voz?
- Sei lá, eu tento mudar um pouco. – Chaz riu. Voltamos para casa - somos vizinhos. Nós almoçamos juntos, na casa dele, depois fomos enfeitar a árvore em frente a casa. Chaz pegou uma escada e colocou sobre o gelo para conseguir enfeitar a imensa árvore. – Vai escorregar.
- Se você segurar não. – Ele me olhou. Comecei a rir e soltei a escada. Chaz me olhou com medo. A escada balançou e ele se agarrou a árvore. Voltei a segurar. – CAROL SE QUISER ME MATAR ESPERA O NATAL PASSAR, OK? – Ele gritou amedrontado. Ri mais ainda. Ouvi uma buzina de carro e olhei para a rua, se é que dava para distinguir onde a rua estava com tanta neve. Reconheci o carro e tentei me esconder. Chaz ficou gritando, porque soltei outra vez a escada. Justin desceu do carro e Ryan também, sempre estão juntos.
- Precisa de ajuda? – Ryan perguntou para Chaz. Escondi-me atrás da árvore.
- NÃO PRECISARIA SE CERTA GAROTA NÃO SOLTASSE A ESCADA. – Ele gritou e os garotos me olharam. Sai de trás da árvore e senti meu rosto corar. Justin e Ryan me olharam confusos. Chaz desceu da escada e passou o braço por meu ombro. – Conhecem minha vizinha? – Ajeitei minha touca e sorri.
- Estuda no colégio? – Justin perguntou. Senti um aperto no coração. Ele nem sabe quem sou.
- Sim. – Falei baixo.
- Sério? – Ryan me olhava diferente. – É tão linda. – Ele pensou alto, suponho.
- Agora vocês a enxergam, não é? Coisa feia isso, a menina estuda com a gente há três anos. – Chaz disse e Justin riu.
- Você que derrubou os livros da Amanda hoje, não foi? – Justin perguntou.
- Disso se lembra. – Falei e tirei o braço do Chaz que me envolvia. Peguei os enfeites e subi na escada. Percebi que os garotos ficaram confusos. Dei de ombros e comecei a pendurar os anjos, os sinos, as bolas.
[...]
Já estava quase pronto, quando vi que Justin digitava uma mensagem. Peguei meu celular para abaixar o som que faria, mas não deu tempo. Os meninos me olharam.
- Minha mãe esta me mandando entrar. – Menti. Desci os degraus e pulei no ultimo. Desequilibrei-me e Justin me segurou. Nossos olhos se encontraram, fiquei o olhando até perceber que já estávamos assim há muito tempo. Afastei-me. – Desculpa. – Disse e me virei. Chaz me olhou rindo. Mostrei o dedo do meio a ele e Ryan começou a rir.
- Carol, esqueceu de dizer que sua mãe está no trabalho e não sabia que você estava aqui. – Chaz falou. Fiquei parada, sem saber o que fazer.
- Mas ela deve ter ligado lá em casa e ninguém atendeu. E cala a sua boca Charles. – Respondi e ele riu. – Não queira perder a confiança que tenho em ti.
- O que está acontecendo? – Ryan perguntou.
- Carol é maluca, não liga. – Chaz falou, fazendo os meninos rirem. Ignorei e entrei em casa. Peguei meu celular – assim que fechei a porta – e li a mensagem.
“Por que não me responde?”
“Porque não me diz a verdade?”
“Ok, não sei se é disso que desconfia, mas vou contar. Bom, eu estou enrolado com uma garota da escola, ela não me deixa em paz, disse que se eu não ficar com ela, vai contar para todos sobre nós dois”
“E tem vergonha de que todos saibam?”
“Não Carol, mas eu nem te conheço.”
“Engano seu.” – Respondi e me joguei no sofá. Ouvia Ryan e Chaz gritando do lado de fora, provavelmente faziam guerra de bola de neve.
“Porque não me diz quem é?” – Ok, eu não quero estragar tudo, ele se decepcionaria ao descobrir quem sou. Ouvi a campainha e levantei. Olhei pelo olha mágico. Justin estava fitando o celular perto da porta.
- Chaz contou. – Falei a mim mesma. – Ele não podia. – Justin tocou a campainha de novo. Abri a porta. – O-o-oi?
- Chaz pediu para eu te chamar para ver a árvore. – Ele falou sorrindo.
- Já vou. – Falei sem graça e ele saiu. Desliguei a TV e deixei meu celular no silencioso. Arrumei minha touca na frente do espelho e sai. A árvore estava linda. Chaz ligou as luzinhas, no escuro deve ficar mais lindo ainda.
- Gostou? – Ryan perguntou enquanto passava o braço por meu ombro.
- Ficou lindo. – Sorri e vi Chaz sorridente fitando a árvore.
- Merece uma foto. – Justin disse. Chaz me puxou e me abraçou em frente à árvore. Ryan ficou do meu lado e Justin tirou a foto com seu celular.
- Agora eu tiro de vocês. – Ryan falou e Justin ficou do meu lado. Chaz riu baixo. – Se aproxima mais dela Bieber.
- É Bieber. – Chaz falou me soltando. – Deixa só os dois saírem na foto. – Justin me olhou tímido. Sorri sem graça. Ryan tirou a foto.
- Vai passar o natal onde? – Justin me perguntou.
- Não sei, eu acho que minha mãe vai trabalhar, então vou ficar em casa. – Respondi.
- Nós vamos para a casa do Justin, pode ir conosco, não é Justin? – Ryan perguntou. Ele assentiu sorrindo, depois pegou o celular e digitou algo. Procurei meu celular no bolso. Fingi que nada havia acontecido. – Então Carol?
- Talvez, vou ver. – Respondi. Peguei meu celular.
“Não vou mais insistir, mas eu adoraria passar o natal contigo”
“Eu adoraria também Justin” – Escrevi e mandei.
- Para quem estão mandando mensagens? – Chaz perguntou. Olhei-o com raiva. Ele riu.
- Para minha mãe. – Respondi rápido.
- Você sabe para quem é. – Justin falou triste.
“Se combinássemos de nos encontrar em algum lugar, você iria?”
“Não quero que se arrependa de todos esses anos de conversa anônima”
“Pode ter certeza de que não vou meu anjo” – Meu coração acelerou. Sorri e o olhei. Justin estava fitando o chão. Chaz e Ryan jogavam neve um no outro, até que uma bola me acertou. Ia jogar no Chaz, mas acertei o Justin, ele me olhou irritado.
- Foi mal. – Falei com medo da sua expressão. Justin juntou a neve e fez uma bola, ele mirou para jogar nos garotos, só que eles se abaixaram e Justin me acertou. Ele me olhou querendo se desculpar, mas Chaz e Ryan começaram uma guerrinha. Ficamos jogando neve um no outro. Cansei e sentei na escada que dava para a porta da casa do Chaz. Fiquei olhando os garotos se divertirem. Justin estava sorrindo, seu sorriso é o mais lindo de todos. Peguei meu celular e digitei outra mensagem para ele.
“Eu aceito”
“O que?”
“Encontrar-te no natal”
“Sério? Esperei por esse momento o ano todo, desde a nossa primeira conversa no meu blog, sempre esperei pra te ver.”
“Não vou me responsabilizar por danos de sustos, nem pelo seu arrependimento haha”
“Tenho certeza de que não irei me arrepender. Eu te amo sem te ver, então acho que é real”
“Isso é lindo” – Levantei a cabeça e Justin sentou do meu lado.
- Sua mãe ainda? – Ele riu fraco.
- Não, agora é uma amiga. – Menti. – E você?
- É uma garota, eu não a conheço, mas nos falamos por MSN, Skype, SMS, sempre. Ela se chama Carol, também. – Ele disse. Até parece que eu não sei.
- E não tem medo de que seja uma farsa?
- Tenho. – Ele riu. – Mas espero que não seja, porque acho que me apaixonei por ela.
- Justin eu...
- Justin o que faz aqui? – A bruaca me interrompeu. Eu ia contar, não aguento mais vê-lo sofrer por minha culpa.
- Estou sentado conversando com ela, ficou cega Amanda? – Ele a respondeu com ignorância, confesso que adorei a resposta.
- Ok, e o que faz com ela? – Amanda me olhou com desprezo.
- Estávamos conversando, até você interromper. – Ele levantou e a encarou.
- Acho que se esqueceu de uma coisa Bieber... – Amanda apontou o dedo para ele. – Eu sei teu segredo.
- Não me esqueci, acontece que não tenho medo, eu amo aquela garota e não me importo de que saibam. E eu vou conhecê-la em breve. – Justin saiu dali. Amanda me olhou.
- Se contar a ele, eu acabo com sua vida. – Ela me ameaçou.
- Não por medo, mas não vou contar, não agora. – Virei-me e caminhei até os garotos. Chaz e Ryan faziam um boneco de neve. Peguei em minha casa dois botões, uma cenoura pequena e algo vermelho que servia de boca. Amanda já havia ido embora e Justin estava fitando o celular, longe de nós.
- Ele fica assim o tempo todo desde que ‘conheceu’ aquela garota. – Ryan comentou enquanto eu colocava os olhos do boneco. – Ela tem o mesmo nome...
- Coincidência não? – Chaz não o deixou terminar.
- Eu vou para casa. – Ouvi a voz do Justin e o olhei. Ele estava triste.
- O que aconteceu cara? – Ryan perguntou.
- Eu preciso que o natal chegue, preciso conhecer aquela garota, eu não aguento mais. – Ele desabafou. Chaz beliscou meu braço. Disfarcei a dor.
- Se prestasse mais atenção nas coisas já teria notado. – Falei sem pensar. Justin ficou me olhando confuso.
- O que disse? – Justin perguntou.
- Que dever ser complicado. – Improvisei. – Ficar tanto tempo apenas trocando palavras sem conhecer.
- É complicado. – Ele afirmou. Sorri sem graça. Justin acenou e caminhou para seu carro. Suspirei e senti a mão do Chaz no meu ombro.
[...]
Os dias passaram rápidos. Justin não apareceu mais, nem me mandou mensagens, não entrou em nenhuma rede social. Chaz disse que ele estava normal, mas eu sentia algo estranho. Peguei meu celular e digitei uma mensagem.
“Amor, o que aconteceu?” – Mandei e logo recebi a resposta.
“Carol eu vou me mudar, vou morar nos Estados Unidos” – Meu coração acelerou assim que terminei de ler. Eu fiz tanto suspense e quando decido contar, ele vai para outro país.
“Por quê?” – Senti meus olhos se enxerem de lágrimas.
- Filha, nós temos que ir comprar embrulhos de presente, eu esqueci ontem. – Mamãe falou enquanto descia a escada.
- Sempre deixa para o ultimo momento. – Revirei os olhos e levantei do sofá.
- Que lágrimas são essas? – Ela perguntou me analisando. – O que aconteceu?
- Lágrimas? – Forcei um sorriso.
- Não me engana mais Caroline. – Mamãe segurou minhas mãos. – Me conte: quem te machucou? – Recebi uma mensagem.
“É uma longa história, gostaria de te contar pessoalmente, mas... Pode entrar no Skype?”
“Vou sair com minha mãe, quando voltar eu entro” – Mandei e guardei o celular no bolso.
- Vamos logo mãe. – A puxei.
- Temos que esperar seu pai, ele não quer me deixar dirigir, ridículo não? – Ela se fez de ofendida.
- Mãe. Até eu sem saber dirigir, dirijo melhor que você. – Bati de leve em seu ombro e sai de casa. Papai não demorou a vir. Entramos no carro e ele dirigiu até uma loja, a única, além do mercado, aberta.
- Filha, nós vamos ir comprar mais algumas comidas para a ceia, se incomoda de ficar aqui e comprar os embrulhos? – Mamãe perguntou. Sai do carro e fechei a porta.
- Eu volto caminhando, quero ver se encontro alguma sorveteria aberta. – Falei e eles me olharam bravos. – Ah qual é? – Virei-me e entrei na loja. Comprei os embrulhos e quando sai, esbarrei em alguém. – Desculpa. – Falei e olhei para o rosto da pessoa.
- Carol? Oi! – Ele beijou minha bochecha.
- Oi Justin. – Sorri sem graça.
- Estava indo para casa do Chaz, quer companhia? – Ele perguntou.
- Eu estava querendo comprar sorvete. – Falei e Justin riu.
- Está tudo fechado, e com esse frio vai ficar resfriada. – Ele disse sorrindo.
- Como se você se importasse. – Sussurrei.
- O que disse?
- Nada, tudo bem, amanhã eu compro. – Sorri e ele me acompanhou no caminho de casa.
- Não sei se nos veremos, então, bom natal. – Justin abriu os braços e eu o abracei. Era tão bom como imaginei, me sinto segura em seus braços, seu cheiro me acalma.
- Bom natal a você também. – Falei ao me afastar.
- Vai para minha casa hoje?
- Não, minha família vai vir, minha mãe conseguiu folga.
- É uma pena.
- É, mas talvez eu passe por lá, quem sabe.
- Estaremos te esperando.
- Ok. – Justin sorriu e eu entrei em casa. Fechei a porta e peguei meu celular.
“Cheguei” – Mandei ao Justin.
“Estou na casa de um amigo, porque minha internet não pega. Já vou entrar amor” – Recebi. Corri até meu quarto. Liguei o notebook e entrei no Skype. Justin me chamou assim que entrei. Sempre conversávamos apenas por voz.
- Oi amor. – Ele falou.
- Oi anjo.
- Que saudade da tua voz.
- Fiquei preocupada, não me mandou nada, nem avisou que continuava vivo.
- Desculpa, aconteceu muita coisa.
- Quer contar?
- Sim. – Senti firmeza em sua voz. – Bom, já te contei que meus pais vivem brigando, dessa vez foi mais sério, eles discutiram durante uma hora e disseram que vão se separar, minha mãe disse que aqui não continua e que nós vamos nos mudar para Atlanta.
- Por quê? – As lágrimas vieram outra vez.
- Porque ela quer trabalhar e segunda ela, lá é mais fácil para nós. Meu amor, eu preciso te ver. – Senti que ele estava chorando, sua voz estava diferente.
- Podemos nos encontrar hoje, na praça, no centro. – Sugeri.
- Aonde?
- Perto do sino, eu vou até você. – Falei.
- Que horas? – Percebi que ele falava sorrindo. Olhei pela janela do meu quarto e vi Justin deitado na cama do Chaz, com o notebook no colo, ele estava mesmo sorrindo. – Amor?
- Pode ser às onze?
- Sim. Agora eu vou desligar, o chato do Chaz ta enchendo aqui. Nos vemos mais tarde meu amor.
- Até mais tarde. – Falei e desliguei. Joguei-me na cama e fechei os olhos. Recebi uma mensagem.
“Ele está te vendo.” – Era do Chaz. Olhei para a janela. Justin estava me olhando, ele desviou o olhar quando viu que olhei. Levantei da cama caminhei até a janela.
- CHAAAAAAAAAAAAAAZ! – Gritei e ele veio até a janela. – Eu queria ir comprar um vestido, mas só há lojas abertas no centro. – Chaz cruzou os braços. Tentei imitar o gato do Shrek, preciso dizer que não consegui? – Poderia me levar? Sabe que é para uma ocasião muito importante!
- Meus pais disseram que só vou sair com o carro quando eles virem minhas notas, e quando eles virem irão tirar o carro de mim, pode apostar. – Ele falou fazendo Justin rir. – Justin, você podia levá-la.
- NÃO – Gritei e eles me olharam. – Eu não quero incomodar, imagina.
- Não seria incomodo. – Justin sorriu. – Mas meu carro está com o Ry e não sei onde ele está.
- Tudo bem. – Sorri sem graça.
- Eu vou ligar para ele. – Justin pegou o celular. Olhei para Chaz com raiva e ele riu.
- Sua namorada virtual vai ficar com ciúme. – Chaz comentou com Justin.
- Fica na sua, só vou levar a garota para comprar um vestido. – Justin o empurrou. – E ela não é minha namorada virtual, ok?
- Não esta mais aqui quem falou. – Ele levantou os braços.
- CHEGUEI! – Vi Ryan entrar no quarto. Justin guardou o celular.
- Cadê minhas chaves? – Ele pediu ao Ryan.
- Aqui. – Ele o entregou.
- Podemos ir agora. – Justin falou me olhando pela janela.
- Tem certeza, eu não quero que brigue com sua namorada. – Falei. Ok, mas eu sou a “namorada virtual”, segundo Chaz.
- Ela não é minha namorada. – Ele sorriu. – Ainda, mas tudo bem, só vamos comprar um vestido. – Ele disse ‘ainda’? Ele pretende me pedir em namoro? Meu Deus, eu não acredito. – Carol?
- Ok. – Sorri e fechei a janela. Peguei minha bolsa e coloquei minha carteira e o celular dentro, e sai do quarto. Encontrei Justin na calçada. – Os meninos não vão?
- Eles já vêm. – Justin sorriu. Ficamos em silencio por um tempo. - Quer entrar? Está frio aqui fora. – Ele abriu porta do carro.
- Obrigada. – Sorri e entrei no banco do passageiro. Justin deu a volta e também entrou. O carro tinha o cheiro dele.
- Quer bala? – Ele me entregou um pacote, peguei uma. – Sabia que o Ryan esta a fim de você? – Quando ele disse isso, me engasguei com a bala. Comecei a tossir. – Meu Deus, está bem? – Respirei fundo e peguei uma garrafa de água que estava ali. Bebi um gole e engoli a bala. – Também gosta dele?
- Não. – Falei sincera e Justin me olhou sério.
- Tenta não dar um fora muito direto então, ok? – Ele pediu.
- Ele acha que eu gosto dele?
- Sim. Chaz falou que você é apaixonada por um garoto ai, mas Ryan não quer acreditar.
- Droga. – Pensei alto.
- Se não é ele, quem é o cara? – Justin perguntou me olhando.
- É um menino da escola. – Falei e ele sorriu.
- Eu conheço?
- Conhece, e muito. – Eu queria dizer, mas me contive.
- Chegamos. – Ryan falou enquanto entrava no carro. Ele me olhou sorrindo. Sorri sem graça e tentei desviar o olhar.
[...]
Eu comprei o vestido enquanto Justin, Ryan e Chaz paqueravam alguns skates. Peguei a sacola e fui até a loja onde eles estavam.
- Pronto. – Falei. Os três me olharam. – Podemos ir?
- Eu levo a sacola. – Justin e Ryan falaram juntos.
- Eu levo Bieber. – Ryan o fuzilou. Justin soltou a sacola e riu.
- Só estava sendo educado, desculpa. – Justin ainda ria. – Eu quero comprar um presente para alguém.
- Alguém tem nome Justin? – Chaz perguntou me olhando.
- Vocês sabem quem é. – Ele corou.
- Vai encontrar a namoradinha, que fofinho. – Ryan zombava dele.
- Acho romântico isso, nem a conhece e a trata como se namorassem, não tem que ficar com vergonha Justin. – Falei e Chaz começou a rir.
- Nem a conhece? – Ele perguntou me olhando. O fuzilei com os olhos.
- Ok, vá comprar o presente para a namorada virtual enquanto vou conversar com a Carol. – Ryan falou e me puxou. – Vamos tomar refrigerante?
- Pode ser. – Respondi tentando ser legal.
[...]
“Me tire daqui” – Mandei ao Chaz. Ryan tentava me beijar a cada segundo. Justin e Chaz chegaram. Justin estava tomando um sundae.
- Aonde comprou? – Perguntei.
- No ultimo andar, mas já fechou. – Ele falou. Fiz bico e Chaz a riu. – Se quiser te dou esse.
- Não, imagina. – Recusei.
- Sério, desde cedo quer sorvete, eu nem posso tomar isso.
- Sério? – Sorri e ele me entregou o sorvete. – Obrigada Justin. – Beijei sua bochecha e vi o sorriso malicioso do Chaz.
[...]
Fiquei ajudando mamãe a arrumar a mesa até tarde, não havia comentado sobre meu encontro ainda.
- Filha, quer me dizer algo? – Ela perguntou enquanto colocava o peru em cima da mesa.
- Quero. – Respondi a olhando. – É que eu queria ir para o centro, mais tarde.
- Fazer o que lá? – Papai perguntou. O olhei, ele parou de ler o jornal e sorriu. – Está namorando querida?
- NÃO! – Respondi e ele riu. – Ainda. – Sorri sem graça.
- Ainda? Quem é o garoto?
- Mãe. – A repreendi.
- Ok, desculpa.
- Posso ir? – Pedi os olhando.
- Ele vai vir te buscar? – Papai perguntou.
- Não, mas eu vou com o Chaz. – Respondi, tomara que ele vá comigo.
- Ok então, mas depois da ceia. – Mamãe falou. Assenti e coloquei o ultimo talher na mesa. Estava tudo pronto.
[...]
Olhei o relógio e arregalei os olhos. Já eram onze horas.
- Me dão licença? – Levantei do sofá e toda a família me olhou.
- Ela vai encontrar o namorado. – Mamãe comentou. Olhei-a séria.
- Por que ele não veio passar o natal com a gente? – Vovó Betty perguntou.
- Não tenho namorado. – Falei e todos riram. – É sério. – Senti minhas bochechas queimarem.
- Pode ir querida. – Papai falou tentando parar de rir. Despedi-me de todos e peguei minha bolsa. Sai de casa e digitei uma mensagem ao Justin.
“Desculpa o atraso, já estou a caminho.”
Caminhei apressada até a casa dele, talvez Chaz ainda estivesse lá. Quando ia bater na porta Ryan abriu. Ele sorriu. Chaz estava com ele.
- Oi docinho. – Ryan beijou minha bochecha. Sorri.
- Chaz, pode ir ao centro comigo? – Perguntei e ele riu da minha reação ao beijo.
- Ela já esta indo. – Ouvi a voz do Justin. – Vamos logo... – Ele parou de falar ao me ver. – O-oi. – Ele sorriu.
- Está linda Carol. – Chaz me abraçou. – Vou com você. – Ele segurou minha mão.
- Feliz natal. – Falei e Chaz me puxou. Entramos em um taxi.
- Como ele não sacou ainda? – Chaz perguntou. Ri. Minhas mãos estavam suando, estava tremendo. – Calma.
- Estou com medo.
- Relaxa, ele já te elogiou tanto hoje. – O olhei. – Ele falou o dia todo. “Nossa essa sua amiga é linda”, “Como não a vi antes”, “Ryan terá sorte se ela quiser algo”. – Ele tentou imitar a voz do Justin, só tentou.
- Sério? – Sorri. Chaz segurou minha mão.
- Gosta mesmo dele não é?
- É, eu acho que sim. – Sorri sem graça.
- Estou feliz por vocês Carol, combinam muito. – Chaz me abraçou.
- Chegamos. – O taxista comentou. Entreguei-lhe o dinheiro e agradeci. Descemos do taxi e eu vi Justin sentado em um café. Amanda falava algo no ouvido dele e segurava um buque de gardênias, minhas preferidas. Chaz colocou a mão em meu ombro. Senti meus olhos se enxerem de lágrimas. Virei-me e sai correndo dali. O vento estava quase me congelando.
Justin POV
Eu dirigi rápido até o centro e sentei em um café, estava muito frio para ficar na neve. Os casais dançavam na praça, trocavam beijos. Algumas garotas passavam e eu ficava na expectativa de ser ela, mas não era. Senti uma mão em meu ombro. Olhei para trás. Revirei os olhos. Ela sentou do meu lado e tentou me beijar.
- Pode sair daqui? – Pedi tentando ser educado.
- Amor, esquece esse fantasma, ela deve ser um monstro de feia. – Ela falou e colocou a mão na minha coxa, tirei sua mão e a olhei com raiva.
- Se falar mais alguma coisa sobre ela eu...
- O que vai fazer? – Ela me desafiou. Amanda se aproximou e pegou o buque que eu deixei em cima da mesa.
- Sai daqui Amanda. – A empurrei e tentei pegar o buque de volta. Ela sorriu e se aproximou do meu ouvido. Não ia bater nela, nunca faria isso, mas estava me irritando.
- O que está fazendo Justin? – Ouvi a voz do Chaz. Levantei da cadeira e o olhei. Ele estava com o Ryan.
- Me devolve isso. – Peguei o buque da mão da Amanda.
- Ela te viu com essa aí. – Chaz falou com raiva.
- Quem me viu?
- Carol, idiota. – Ryan falou irritado. – E desculpa querer ficar com tua garota. – Ela falou enquanto devorava um hambúrguer.
- Não estou entendendo. – Eles me deixaram confusos.
- CAROL É A SUA GAROTA VIRTUAL, IDIOTA. – Amando gritou nervosa.
- Eu sei, mas... – Acho que estava entendendo.
- Minha vizinha, a garota que conversou contigo pela janela, a que você levou para comprar um vestido porque ela queria estar linda, mais ainda, para te encontrar. A garota que você deu o sorvete, a que Ryan estava a fim de beijar. Eu jurava que o idiota aqui era o Ryan, Justin. – Chaz falou sério.
- Hey. – Ryan reclamou.
- Aonde ela esta? – Perguntei pegando minhas coisas.
- Deve ter ido para casa... – Chaz me fuzilou com os olhos. Corri para o ponto de taxi e não a vi. Olhei por todos os lados, ela não estava ali. Passei pelos casais dançando e a encontrei chorando, sentada em um banco. Aproximei-me e sentei ao seu lado.
(Coloque mistletoe, se quiser)
- Justin? O que faz aqui? – Ela tentou disfarçar.
- Vim conhecer minha garota. – Respondi olhando em seus olhos.
- Eu vim encontrar alguém, também. – Ela forçou um sorriso. Estava tão linda.
- Carol, quer me contar algo? – Perguntei e ela abaixou a cabeça.
- Amanda tem algo para falar no seu ouvido, talvez seja mais interessante. – Ela respondeu. Levantei seu rosto e olhei em seus olhos.
- Desculpe não perceber que era você, eu esperei tanto para te encontrar que não percebi que estava na minha frente. – Ela enxugou as lágrimas.
- Chaz contou?
- Sim. – Sorri e ela abaixou a cabeça. – Meu amor, não estava com a Amanda, ela chegou lá e ficou falando um monte de besteira, eu juro que não estava fazendo nada.
- Justin, por favor, vocês se beijavam na minha frente.
- Desculpa, por favor, eu nunca quis te magoar. – Ela me olhou. – É para você. – Entreguei o buque. – Espero que goste.
- São lindas. – Ela sorriu. Levantei a cabeça e vi que tinha um visco em cima de nós. Ela acompanhou meu olhar. – A lenda...
- Estamos embaixo do visco. – Sorri para ela. – Posso te entregar uma coisa? – Tirei o colar que comprei mais cedo do bolso. Levantei e ela também.
- Pode.
- Tem nossas inicias. – Mostrei a ela.
- É lindo. – Carol sorriu.
- Posso colocar em você? – Ela assentiu e virou levantando o cabelo. – Pronto. – Ela olhou para mim sorridente. Tirei meu casaco e coloquei sobre seus ombros, ao vê-la tremer de frio.
- Obrigada.
- Carol, eu conversei com você esse ano todo sem saber quem era. Me apaixonei pela sua voz, me apaixonei pelo que descobri de você, sem ao menos vê-la. Não tenho vergonha por isso, não me arrependo de nenhuma conversa e de nenhum segredo contado, não me arrependo de ser seu amigo e te contar tudo que acontecia. Não me arrependo de ter te chamado de amor, de minha, de ter dito eu te amo. Porque eu te amo e para sempre quero amar. Você conquistou minha confiança sendo você mesma comigo, em todas as conversas, imaginava nós dois juntos, sem saber como era, imaginava uma família ao seu lado. E agora eu posso imaginar tudo isso, ao seu lado e talvez façamos acontecer, porque não me arrependo de um dia ter dito que queria que fosse mãe dos meus filhos, porque não pode existir alguém melhor para fazer parte dos meus planos. Queria ter passado cada dia desse ano ao seu lado, queria ter mudado essa hora, para não fazê-la chorar, queria poder mudar o meu futuro incerto longe de ti, e eu vou fazer o máximo para mudar se disser que aceita ficar do meu lado, se aceitar passar esses quatro dias e mais todos os outros da minha vida ao meu lado, se aceitar que eu te chame de namorada, aceitar que eu te beije e abrace todos os dias, que eu possa te acordar com uma mensagem todos os dias dizendo “bom dia namorada, eu te amo”. Se aceitar que eu te beije embaixo do visco. Carol namora comigo? – Abri uma caixinha onde tinha uma aliança de compromisso. Ela me olhava sem reação. Estava constrangido com o seu silencio. – Carol?
- Justin eu aceito. Eu também te amo, te amo muito, mais do que pode imaginar. – Ela me abraçou. Segurei suas mãos e coloquei a aliança. Beijei sua mão direita e ela sorriu. Aproximei-me e coloquei as mãos em sua cintura, a aproximando de mim. Ela colocou as mãos em minha nuca e olhou em meus olhos. Segurei seu rosto e olhei para o visco.
- Kiss you underneath the mistletoe – Sussurrei e encostei meus lábios nos seus. E eu a beijei, beijei a mulher da minha vida, a única que amo e amei, e quero amar eternamente.
Fim.
Me desculpem beliebers, era para ser postado ontem, mas a o dispositivo da internet chegou no limite e não consegui postar, desculpem mesmo, mas espero que gostem, o natal já passou, mas mesmo assim ta aí a surpresa haha.