terça-feira, 28 de janeiro de 2014

"Falling" - Cap. 29




Justin estava atrasado para o Jantar, Eve e Brandon já estavam esperando no carro quando eu vi Justin pulando da janela do quarto dele, ele olhou para os lados e saiu correndo. Cruzei os braços e o encarei.
- Há quanto tempo está aqui?
- Justin, eu acho que precisamos conversar. – Falei brava e confusa.
- Vamos jantar primeiro, eu não quero estragar esse encontro. – Ele sorriu e me roubou um beijo. – Pode ser?
- Depois do jantar, sem mais delongas. – Disse e Justin sorriu, nós entramos no carro do Bran e fomos até o restaurante gritando as músicas que tocavam no rádio. Conduziram-nos até uma mesa e nós fizemos os nossos pedidos, todas as pessoas que estavam jantando ficavam me encarando com pena Se tem alguma coisa que me irrita fácil é ver as pessoas com pena de mim. Fechei os olhos e tentei ignorar.
- Amor, não se importe com isso. – Justin sussurrou no meu ouvido e beijou minha bochecha. – Vamos nos divertir hoje! – Ele piscou e olhou para o Bran que contava uma piada. Ignorei que havia mais pessoas ali e ri do que Brandon dizia.
Nossos pedidos chegaram. Eu estava faminta, então devorei o spaghetti. Justin me olhou rindo e passou o dedo no canto dos meus lábios, sorri e abaixei a cabeça envergonhada. Brandon começou a fazer graça com o molho e nós roubamos a cena de tanto rir dele.
- O que iremos pedir como sobremesa? – Eve voltou a olhar o cardápio.
- Podemos ir à sorveteria da esquina. – O Justin sugeriu e todos concordaram com a ideia, nós pedimos a conta.
- Eu vou pagar. – Disse olhando o Justin.
- Nem pensar Elizabeth, não mesmo. – Justin pegou o papel da minha mão, bravo.
- Justin, eu vou pagar. – Tentei não gritar e ele me olhou sério.
- Elizabeth, eu sou o homem da relação. – Parecia piada, mas ele não estava rindo.
- Só porque sou mulher, eu não posso pagar a conta? – Ri irônica, Justin me olhou como se fosse obvio. – Que ridículo. – Peguei minha bolsa e levantei. – Eu vou pagar essa conta. – Tirei o papel da mão dele e fui até o caixa, paguei a droga da conta e sai do restaurante. Fiquei parada em frente ao carro do Bran.
- O que foi aquilo Elizabeth? – Justin me olhou irritado.
- Você e todo seu machismo ridículo... – Cuspi as palavras.
- Sou machista por querer pagar a conta?
- Não se faça de idiota Justin, você sabe que é machista, você é ridículo. – Eu estava muito irritada.
- Eu não tenho culpa se as pessoas ficam te olhando e você fica toda estressadinha. – Fuzilei-o com os olhos.
- Não acredito que está agindo assim Justin.
- Você começou Elizabeth. – Ele foi rápido com a resposta.
- Isso não é um jogo, seu idiota. – Meus olhos estavam lacrimejando.
- Me desculpe. – Justin abaixou a cabeça.
- Acho melhor eu ir para casa. – Ele me olhou e balançou a cabeça.
- Nós não tomamos sorvete ainda.
- Já deu pra mim por hoje. – Minha visão estava embaçada por causa das lágrimas.
- Elizabeth. – Justin segurou meu rosto, abaixei a cabeça. – Me desculpe. – Ele ia me beijar, mas eu virei o rosto.
- Justin, amanhã nos vemos. – Afastei-me.
- Lizzie, não faça isso, eu preciso de você. – Ignorei-o e parei um taxi, entrei no carro e disse meu endereço. Pode ser que eu fique estressada quando as pessoas ficam me encarando, mas Justin foi muito babaca em algumas coisas que disse.

[...]
Acordei e fui para a escola, é como se fosse meu primeiro dia outra vez. Peguei carona com o Brandon que passou para me buscar, encarei a casa do Justin e fiquei pensando no que aconteceu na noite passada. Bran estacionou o carro e me olhou.
- Liz, antes que faça algo que irá se arrepender... Não seja rude com o Justin, você passou muito tempo fora, muitas coisas aconteceram por aqui.
- Coisas? Que coisas? – Perguntei confusa.
- Acredito que Justin ia te contar ontem, mas você não deixou. – Brandon fez eu me sentir ainda pior por ter ido embora daquela forma. – Eu não quero me intrometer, mas não seja rude com ele. – Bran estava falando com pena do Justin.
- Eu sou uma namorada horrível. – Disse preocupada com essas “coisas” que aconteceram. – Preciso encontrar o Justin, obrigada pela carona Bran. – Sai do carro e entrei correndo na escola. Vi alguns garotos do time reunidos e me aproximei.
- Com licença garotos, vocês viram o Justin? – Perguntei tímida.
- Elizabeth? – Kyle me olhou confuso.
- Sim galera, a Elizabeth está careca. – Disse rindo e eles continuaram mudos. – E o Justin?
- Eu o vi indo para o vestiário. – Kyle respondeu, ainda confuso.
- Obrigada. – Caminhei apressada até o vestiário masculino e alguns garotos gigantes e cheios de músculos me olharam. – Eu não sou uma pervertida. – Disse para mim mesma e entrei no vestiário com um olho aberto e o outro fechado.
- Elizabeth? – Ouvi meu nome e olhei para trás, Justin estava amarrando o cadarço do tênis.
- Justin, te achei. – Disse constrangida. – Podemos conversar agora?
- Eu tenho treino. – Ele parecia chateado, segurei seu rosto e fiz ele me olhar.
- Me desculpe por ontem.
- Eu sou um idiota machista mesmo, sem problemas. – Ele tentou desviar o olhar.
- Não você não, você sabe que não é. Eu sou uma idiota por descontar tudo em você, me desculpe. – Juntei nossos lábios. – Meu amor, me desculpe.
- Tenho alguns minutos antes do treino. – Justin sorriu e me beijou.
- Você precisa me contar o que aconteceu no tempo que eu fiquei fora. – Disse e Justin abaixou a cabeça, segurei sua mão.
- Eu fui atrás do Bill e disse que iria contar para todo mundo o que ele fez. – Justin começou. – Eu tinha esperança de que ele tentaria concertar isso, mas ele me bateu, bateu muito.
- Outra vez?
- Sim, outra vez. – Justin soltou um suspiro. – Então ele me deixou desacordado em um beco com uma arma e algumas drogas. – Segurei sua mão mais forte. – A policia chegou e me prendeu porque disseram que fizeram uma denuncia contra mim. Eu fiquei preso um dia e meu pai pagou a fiança para eu sair, só que depois fizeram outra denuncia e me levaram uma intimação alegando que a arma que estava comigo era a arma que havia matado o Jeremy. – Justin parou de falar e ficou encarando um dos armários. – Bill armou para mim e eles acreditaram nele.
- Canalha. – Disse com raiva.
- Mas então os garotos do time disseram que eu estava com eles no dia que o Jeremy morreu, o treinador também depôs ao meu favor, mas agora eu estou sendo investigado e se o Bill conseguir armar para mim de novo, eu serei preso.
- Mas você contou sobre ele? Você contou o que sabe?
- Sim, eu contei, mas eles não ligaram. – Justin estava chorando.
- Eu não acredito que você teve que passar por isso. – Abracei-o.
- Isso não é o pior. – Me assustei quando ele disse isso. – O meu pai, ele... Ele me bateu muito... Disse que se eu for preso por ter matado alguém, ele me mata.
- Justin... – Eu estava muito mal por não ter estado ao lado dele.
 - Ele já estava muito bravo quando eu fugi para te ver, ai isso aconteceu e agora ele me odeia definitivamente.
- Por que está saindo da sua casa pela janela?  - Perguntei com medo de a história piorar.
- Nada, isso não importa...
- Justin, diga. – Olhei nos olhos dele.
- Estou proibido de sair de casa por ter vendido o meu carro. – Ele não olhava para mim.
- Não, não, não. – Cobri meu rosto com as mãos. – Você não devia ter feito.
- Elizabeth você ia morrer, eu não ia suportar viver sem você. – Justin segurou minhas mãos.
- Eu vou devolver cada centavo. – Disse me sentindo muito culpada.
- Você ao meu lado é o meu premio meu amor. – Justin me beijou em meio às lagrimas de nós dois.
- Nós vamos reverter isso, você não vai ser culpado por algo que não vez, eu não vou deixar. – Notei as marcas no rosto dele. – Ninguém vai bater em você outra vez, eu prometo.
- Só fique aqui comigo. – Ele me abraçou. Eu me odeio por não ter percebido que estava acontecendo alguma coisa, eu me odeio por ter ido embora quando ele disse que precisava de mim, eu me odeio por não ter sido boa o suficiente para ele, enquanto ele dava tudo para me ver viva.
Continua...

As aulas de vocês já começaram? Saudades férias...

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sábado, 25 de janeiro de 2014

"Falling" - Cap. 28




A viagem foi tranquila, porque eu dormi o tempo todo, mas o caminho do aeroporto até minha casa pareceu durar uma eternidade, eu não aguentava mais esperar para chegar. Passamos em frente ao colégio e em cinco minutos estávamos em casa. Desci do táxi e vi Eve sentada na calçada na minha casa, nós corremos na direção uma da outra e nos abraçamos.
- Ah, como é bom te ver de novo. – Ela chorava e me abraçava muito forte. Vi que o Brandon estava na porta da casa do Justin e correu quando me viu.
- BETH! – Ele gritou e me abraçou também. – Irmãzinha, eu senti muito a sua falta. – Ele beijou minha testa e olhou em meus olhos, olhei em volta e não havia mais ninguém ali para eu abraçar, olhei para a casa do Justin e não havia nenhum movimento por lá.
- Onde Justin está? – Perguntei sorrindo.
- Liza, ele... – Eve começou a falar, mas parou e ficou olhando para algum lugar, segui seu olhar e vi que Justin estava saindo de sua casa, pela janela do quarto. Ele se desequilibrou e eu pensei que fosse cair, mas ele conseguiu recuperar o equilíbrio e rio de si mesmo, corri em sua direção e parei quando ele fez sinal de silencio. Justin se aproximou e beijou meus lábios, ele segurou meu rosto e olhou em meus olhos.
- Você está de volta. – Os olhos dele estavam lacrimejando.
- Estou de volta para você, meu amor. – Sorri e enxuguei as lágrimas que caíram em seu rosto.
- Meu coração. – Ele segurou minha mão e colocou em seu peito, o coração dele estava batendo muito rápido, Justin começou a rir e voltou a me olhar.
- Justin... – Disse e ele puxou minha cintura, passei os braços por seu pescoço e colei nossas testas, Justin abraçou minha cintura, nós estávamos completamente juntos. – Eu te amo. – Sussurrei e ele franziu a testa.
- V-v-v-você... Q-q-q-que? – Ele gaguejou.
- Eu te amo. – Repeti mais alto e ele abriu um sorriso enorme.
- Me ama?
- Muito. – Dei-lhe vários selinhos e o abracei forte. – Eu te amo, eu te amo, eu te amo.
- Eu não sei o que fiz para merecer isso, mas eu sou o cara mais feliz do mundo. – Ele segurou meu rosto e me beijou.
- CRIANÇAS, VAMOS ENTAR, ESTÁ FRIO AQUI FORA! – Minha mãe gritou e então começou a chover, Justin segurou minha mão e me puxou, nós corremos para dentro da minha casa, tirei meu casaco e me joguei no sofá.
- Eu senti falta desse sofá.
- Estávamos pensando em ir jantar fora amanhã, nós quatro, seria legal. – Eve disse animada.
- Eu amaria. – Disse e olhei Justin, que estava pensativo. – Justin?
- Ah sim, podemos ir. – Ele sorriu, abracei-o.
- Vou fazer alguns sanduiches, por que não escolhem um filme para assistirmos? – Minha mãe sugeriu, corri para escolher o filme e coloquei no DVD.
- Amor, eu preciso voltar para casa agora, tenho alguns trabalhos para terminar... Eu te ligo se não conseguir vir mais tarde. – Justin estava muito estranho.
- Tudo bem. – Levantei e o acompanhei até a porta. – Está tudo bem, Justin? – Perguntei o olhando.
- Sim, só preciso terminar esses trabalhos. – Ele me deu um selinho. – Você vai voltar para a escola quando?
- Eu vou conversar com o diretor amanhã, nos vemos por lá. – Sorri.
- Ok, até amanhã. – Justin beijou minha testa. – Boa noite amor. – Ele disse depois de me beijar.
- Fica bem, ok? – Justin sorriu e foi correndo para a casa dele, fechei a porta por causa da chuva. Tem alguma coisa errada com o Justin e ele não quer me dizer.

[...]
Me arrumei para ir à escola, coloquei meus cadernos na mochila e sai animada do quarto, minha mãe me esperava na sala.
- Pronta?
- Sim! – Sorri e ela me acompanhou, fomos caminhando para a escola e eu notei que muitas pessoas me encaravam, mas não era um olhar de boas vindas, era um olhar surpreso e desaprovado. Coloquei a mão em minha cabeça e ali estava o que assustava os alunos que me encaravam.
- Filha, está se sentindo mal? – Minha mãe perguntou, olhei-a e forcei um sorriso.
- Estou ótima, mãe. – Voltei a abaixar a cabeça e tentar não ser notada.
- Liz? – Isaac me parou. – V-v-você está de volta. – Ele me abraçou. – Que bom te ver outra vez.
- É bom te ver também Isaac. – Sorri para ele.
- Elizabeth. – Justin disse atrás de mim, virei e o abracei.
- Eu vou para a aula, estou muito feliz por te ver Liz. – Isaac odeia o Justin, eu vejo isso nos olhos dele.
- Obrigada por se importar Isaac. – Acenei para ele.
- “Estou muito feliz por te ver Liz”. – Justin imitou.
- Ciúme? – Perguntei e abracei sua cintura.
- Eu não gosto desse cara. – Ele fez careta.
- Para com isso. – Disse e olhei para as pessoas que ainda me encaravam. – Eles ficam me olhando como se eu fosse um monstro. – Eu estava ficando chateada com isso.
- Mas você não é, você é a minha namorada, a garota mais linda desse país inteiro. – Justin segurou meu rosto e me beijou.
- Você só diz isso porque...
- Shhhhhhh. – Ele me interrompeu. – Eu não minto, Elizabeth. – Justin sorriu e me abraçou, ele me acompanhou até a diretoria. – Preciso ir para a quadra, iremos treinar o dia todo hoje.
- Justin? – Uma garota parou ali e ficou me encarando, depois ela olhou Justin como se eu não estivesse ali. – Você não vai treinar? – Ela passou os dedos nos braços dele.
- V-v-vou. – Justin ficou sem reação, cruzei os braços e o encarei.
- Você devia estar indo para o treino, não Justin? – Perguntei e ele arregalou os olhos.
- Garota, por que não vai procurar uma peruca e nos deixa em paz? – Eu senti meus olhos lacrimejarem instantaneamente.
- Ela não precisa de peruca, Elizabeth é linda do jeito que é... – Justin disse e veio me abraçar, mas eu me esquivei e sai correndo. – Não Lizzie, ESPERE! – Ele corria atrás de mim, entrei na dispensa e tranquei a porta.
- Meu amor abra a porta. – Justin disse batendo nela.
- VAI EMBORA. – Gritei e sentei no canto, encolhida, chorando. - Era com essa garota que você se divertia quando eu estava longe? Ela pareceu se muito íntima.
- Eu não me divertia com ninguém enquanto estava longe, Elizabeth, você sabe disso. Eu não vou sair daqui, eu não vou até você abrir essa porta. – Ele ainda batia na porta.
- Eu não vou abrir, eu não vou sair daqui, eu não quero te ver Justin.
- Você não pode ficar chorando aí sozinha... Abra a porta meu amor, por favor. – Levantei e abri a porta, Justin me abraçou. – Lizzie, você não devia ligar para o que aquela garota disse.
- Você bem que se interessou nos peitos dela. – Disse sem olhá-lo.
- Eram grandes, eu só fiquei assustado. – Ele riu e levantou meu queixo. – Você sabe de quem eu gosto.
- Justin eu não vou me acostumar com as pessoas me olhando torto... Isso machuca. – Desabafei.
- Tenho certeza de que tem muito mais pessoas felizes por te verem outra vez. – Ele ainda segurava meu queixo e minha cintura. – Esquece isso... – Ele me beijou. – Eu te amo. – Justin sussurrou entre o beijo.
- Você é um anjo, sabia?
- Eu sou? – Justin sorria com malícia.
- Vai para o seu treino. – Disse rindo.
- Eles esperam. – Justin puxou minha cintura.
- Vai Justin, eu não quero que eles me culpem pelo seu atraso. – Afastei-me.
- Tudo bem, mas antes eu vou te levar até a diretoria. – Ele entrelaçou nossos dedos e me levou até a diretoria.
- Bom treino. – Disse sorrindo.
- Te vejo mais tarde. Ainda temos um jantar hoje! – Justin piscou e beijou minha testa. – Se cuida.
- Onde estava filha? Precisa falar com o diretor. – Minha mãe me puxou.
Continua...

Eu ia postar antes, mas aconteceu um monte de coisas com o Justin e tal, vocês sabem, aí eu esqueci. Me desculpem!

Comentem!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

"Falling" - Cap. 27




Eu não falei com o Justin antes de cirurgia e isso estava me incomodando. Eu estava deitada em uma maca, encarando o teto, um enfermeiro se aproximou e sorriu. “Não vai doer”, ele disse e enfiou a agulha no meu braço, continuei encarando o teto até apagar.

Senti meu corpo mais leve e meus lábios estavam secos, abri os olhos, mas eles estavam pesados. Vi alguns sorrisos envolta de mim e minha mãe me abraçou. Eu estou viva? Estou curada?
- Finalmente irá para a casa, meu amor. – Mamãe chorava de alegria.
- Para casa? – Senti meu coração acelerar. Eu estava respirando melhor também.
- Pai. – Olhei-o e ele me abraçou.
- Seu namorado é um garoto muito especial Liz. – Ele disse no meu ouvido, olhos dele estavam cheios de lágrimas.
- Justin... Eu posso ligar para ele? – Procurei meu celular e minha mãe me entregou, haviam milhares de mensagens e ligações perdidas.
“Alô” – Justin disse com a voz rouca e com um pouco de sono.
“Meu amor, te acordei?”
“ELIZABETH?” – Ele quase gritou. – “Eu não consegui falar com você ontem, eu fiquei a noite toda pensando em você, acabei de dormir, mas... Você está melhor?”
“Eu estou bem, meu amor, vou voltar para casa em breve” – Disse com um sorriso enorme.
“Ah que noticia boa meu amor, eu estou muito feliz. Não vou aguentar esperar para te abraçar. Ah Elizabeth, eu não acredito...”
“Falta pouco...”
“Eu não vou conseguir dormir até te ver... AAAH eu estou muito feliz” – Justin parecia estar muito animado e isso me deixava mais feliz.
“Eu também estou muito, muito feliz. Como estão as coisas por aí?”
“Melhorarão quando você chegar.” – Agora a voz dele mudou completamente, estava triste.
“O que está acontecendo Justin?”
“Nada Lizzie, só estou com saudade” – Ele mentiu, mas eu preferi não insistir. – “Eu preciso voltar a dormir, porque daqui a pouco tem aula, depois eu te ligo, ok?”
“Tudo bem, até mais, durma bem.” – Foi estranho como ele ficou, mas logo eu poderei vê-lo e saberei o que está acontecendo.
- Então, quando poderei ir para casa? – Disse sorrindo para o meu amigo doutor, que se chama Graham.
- Logo, mas tenha calma que o pior já passou. – Ele me abraçou. – Fiquei tão feliz quando soube que a cirurgia foi tranquila.
- Eu não senti nada. – Nós rimos.
- E agora? Vai voltar para a América? – Ele conversava comigo como se fossemos melhores amigos.
- Vou, eu adorei morar um tempo aqui, mas eu sinto falta dos meus amigos, da minha casa, até da escola. – Notei que meu pai ouvia tudo, ele se arrependeu mais do que nunca de ter nos abandonado, outra dia eu o vi olhando minha mãe, exatamente como fazia quando eu tinha quatro anos.
- E o namorado! – Graham perguntou animado.
- Eu vou poder vê-lo. – Disse feliz.
- Menina, você precisa ver o estagiário que chegou aqui hoje, que lindo. – Ele disse de um jeito tão engraçado.
- É gato?
- Nossa, é um deus grego. – Ri. – Preciso ir trabalhar, não vá embora sem falar comigo. – Ele beijou minha bochecha e saiu apressado.

[...]

Eu precisei permanecer em observação por uma semana no hospital, até eles notarem que eu estava bem e podia voltar para casa. Eu perguntei ao Doutor se haviam riscos do câncer voltar e ele disse que sim, porque isso acontece muito, mas que se eu continuar fazendo acompanhamentos médicos todos os meses, eles podem evitar isso.
Estava, agora, me arrumando para ir embora, eu já iria direto para o aeroporto, como combinei com meu pai, ele ficou muito chateado, mas disse que irá me visitar mais vezes do que eu imagino e isso me deu esperanças para que ele volte com a minha mãe. Eu sei que ele está casado, a mãe do Mitch é muito simpática comigo, mas eu sei que meu pai não a ama, eu sei que ele ainda ama minha mãe.
Tirei minha camisa e vi a cicatriz da cirurgia em meu peito, ela estará ali para sempre, para eu nunca esquecer de tudo que passei aqui. Vesti um vestido florido e um par de sapatilhas, olhei o lenço que minha mãe havia me dado, mas amarrei-o no pescoço. Há alguns fios de cabelo nascendo em minha cabeça, logo tudo voltará como era antes. Deixei o banheiro e vi minhas malas no canto do quarto do hospital e meu pai cabisbaixo no outro canto.
- Estou pronta. – Disse e ele me olhou.
- Vamos, vou levar você e sua mãe ao aeroporto. – Ele sorriu fraco e pegou minhas malas.
- Você podia ir morar nos Estados Unidos de novo, pai. – Ele me olhou e assentiu, continuamos andando. Pelos corredores, fui me despedindo de cada pessoa que me acompanhou no tempo que fiquei aqui.
- ELIZABETH!
- GRAHAM! – Nós corremos na direção um do outro e nos abraçamos.
- Já está indo? – Ele fez bico.
- Sim, mas eu espero que você não se esqueça de mim.
- Eu irei te visitar na América. – Ele piscou.
- Estarei esperando. – Abracei-o de novo. – Me ligue para contar sobre o deus grego.
- Com certeza eu ligarei. – Ele disse animado.
- Bom, tenho que ir, até logo! – Beijei sua bochecha e continuei caminhando pelo corredor, papai e eu entramos no elevador e ele continuava cabisbaixo. Mitchell e mamãe nos esperavam no estacionamento.
- Gatinha, eu vou sentir sua falta. – Mitch me abraçou.
- Eu também vou sentir a sua. – Abracei mais forte.
- Ainda vamos nos falar, certo? – Ele sorria.
- Claro que sim Mitch, sempre!
- Avise quando chegar, ok? – Assenti e beijei sua bochecha. Eu estava chateada por ter que me despedir assim, tão rápido, mas eu só quero chegar em casa logo e ver todos os meus amigos.

[...]

Papai me abraçou por alguns minutos até começar a chorar, me despedi dele em silencio, eu não queria dizer nada além de “Você será bem vindo se quiser voltar para casa”, mas eu não podia dizer isso, seria injusto com a mulher dele.
- Eu te amo papai, obrigado por tudo que você fez por mim. – Olhava nos olhos dele.
- Me ligue todos os dias, por favor. – Ele disse tentando não chorar mais.
- Eu irei. – Beijei sua testa e me afastei, acenei quando estava longe e ele sorriu. Segurei a mão da minha mãe e nós sorrimos uma para a outra.
- Estamos indo para casa querida. – Ela me abraçou e beijou minha bochecha.
Quando entramos no avião, parecia que meu coração ia explodir de tanta felicidade, eu estou indo para casa, curada, com minha mãe sem fumar mais, com meu pai voltando a amá-la, meus amigos esperando por mim e com o garoto que eu amo esperando para me abraçar.
Continua...

Por que vocês quase nem estão comentando? :(