"Be Alright" - Cap. 15

Katherine POV

Segui minha rotina de todos os dias. Acordei, me arrumei e fui esperar o ônibus para ir à escola. Olhei a casa do Justin. A janela de seu quarto se mantinha trancada. Sinto sua falta. Vi seu pai chegar de carro, com uma roupa social. Ele me encarou enquanto fechava o carro. Desviei o olhar e quando ele se virou o encarei com raiva. Esse homem é um monstro que só quer acabar com a vida das pessoas. Um carro parou em frente ao ponto de ônibus, olhei e notei que era Ryan. Ele abaixou o vidro e me encarou.

- Quer uma carona? – Perguntou depois de alguns segundos.

- Precisamos conversar Ryan. – Lembrei-o e ele assentiu enquanto destrancava o carro para eu entrar. Não sabia se lhe cumprimentava, ou apenas ficava muda.

- Bom Dia! – Ryan beijou minha bochecha e sorriu fraco. Não falei nada o caminho inteiro. Faltavam palavras e sobrava medo. Butler estacionou o carro e me olhou. Fitei o relógio e constei que ainda tínhamos muito tempo.

- Mason e Mamãe perguntaram por você na festinha do Josh. – Disse sem olhá-lo.

- Me desculpe Katherine, eu não sabia se deveria ir. – Ele me olhou.

- Não sabia? Somos namorados, não somos? – Perguntei irritada. Estava nervosa com a situação.

- Somos Katherine? Você que deve responder isso. – Ele disse no mesmo tom. Fechei os olhos e respirei fundo. Voltei a fitar Ryan.

- Você foi o primeiro garoto a me chamar atenção de forma positiva nessa escola Ryan. Não foi um cafajeste quando quis demonstrar seus sentimentos por mim, pelo contrário, não poderia ter sido mais fofo e gentil. Eu comecei a gostar de você. Nos via juntos por anos e anos, mas agora penso em, Como isso mudou em um dia? – Olhei em seus olhos. – Nós sabíamos o que queríamos. Quando aceitei seu pedido de namoro, foi porque eu me apaixonava cada dia mais por você. Estava feliz com você. Mas de namorados apaixonados passamos a estranhos confusos. Não deveria ser assim.

- Mas Justin entrou nessa história Katherine. Ele mudou essa história. Na verdade, seus sentimentos por ele mudaram. – Ele disse com lágrimas nos olhos. – Eu só acho que fomos rápidos demais e se eu não tivesse te pedido em namoro, estaria mais segura com que passou a sentir pelo Justin.

- Não.

- Sim Katherine. Sim! – Ele insistiu. – Eu quero te ver feliz.

- Estou feliz com você. – Meus olhos marejados não aguentavam ficar abertos. Eu queria chorar sozinha.

- Não está. – Ryan enxugou seu rosto. – Você estava apaixonada por Justin desde o começo da amizade de vocês. Suas preocupações com ele demonstravam isso. Mas você não sabia desses sentimentos então quis se envolver comigo porque fui gentil e fofo com você.

- NÃO RYAN! NÃO SABE DOS MEUS SENTIMENTOS. – Gritei e as lágrimas caíram.

- Sim Kath. Dói admitir isso, mas é a verdade. – Ryan abaixou a cabeça.

- Então está terminando comigo?

- Será melhor para vocês. – Ele sussurrou.

- ESTÁ DIZENDO ISSO PORQUE NÃO QUER MAIS SER MEU NAMORADO! – Gritei mais uma vez e Ryan me olhou triste e com o rosto vermelho e molhado por lágrimas.

- Com o tempo perceberá que é a verdade. Está com pena de mim Katherine, mas não precisa, vou ficar bem.

- Justin não está aqui, Ryan!

- Não podemos continuar um namoro sabendo que você gosta dele. Por mais que queira tentar isso, só piorará as coisas. Nossos sentimentos ficariam mais sérios e quando Justin voltar pode ser pior do que agora está sendo. – Ele dizia tudo com vontade de não dizer.

- Gosto de você Ryan. – Tentava convencê-lo o contrário do que ele me dizia.

- Pode gostar menos se não nos envolvermos mais e assim parar de gostar. – Ele disse frio, enxugando o rosto. – É isso Katherine. – Ele estava decidido e não mudaria de ideia. Não quero obriga-lo, então guardo a dor para mim. Não se pode “parar de gostar” de alguém de um dia para o outro.

- Se cuida Ryan. – Sussurrei ao sair do carro. Respirei fundo e segui para entrar na escola. Mason recebia alguns alunos novos, mas isso não o impediu de me parar. Tentei esconder o rosto.

- Filha, está bem? – Ele perguntou levantando meu rosto. – Por que choras?

- Nada Mason. Não é nada. – Continuei caminhando até a quadra de basquete, ninguém a usaria por enquanto. No caminho as pessoas me olhavam curiosas em busca de uma fofoca para mandar ao país inteiro. Ignorei-os e entrei na quadra de basquete. Deitei-me na arquibancada e fiquei olhando minha aliança de um dia de namoro. Tudo bem, o que Justin disse mexeu comigo, mas não tanto para Ryan não querer mais saber de mim. Queria me jogar de um prédio nesse momento. Só pensava em morrer, mesmo que seja o pior pensamento que poderia ter. Ouvi a porta da quadra se abrir. Levantei a cabeça e Ryan estava de cabeça baixa.

- Seu lugar secreto para as lágrimas também? – Perguntei e ele me olhou. Seu rosto estava completamente vermelho.

- Não te vi. Desculpa. – Ela ia sair.

- RYAN! Espere. – Gritei e caminhei até ele. Deixei minha mochila no chão e olhei seus olhos. – Posso ficar com ela? – Tirei a aliança do dedo e lhe mostrei. Ryan assentiu. – Obrigada. – Sorri fraco e peguei minha mochila do chão. – Pode ficar. – Sai da quadra tentando não começar a chorar de novo. Entrei na sala e o professor passava um texto na lousa. – Licença. – Abri a porta. – Posso entrar?

- Onde estava? – Ele perguntou me olhando. Todos me olhavam, na verdade. Eu deveria estar vermelha de tanto chorar.

- Estava pensando de qual prédio vou me jogar. – Disse fitando o chão. Isso saiu espontaneamente. Quando percebi já havia dito. O professor arregalou os olhos, assustado. – Desculpe.

- É melhor ir falar com o diretor se estiver com problemas.

- Falar o que? “Pai, eu quero me matar”? – Perguntei irônica. Estava descontando minha raiva nas pessoas, isso não é bom. Senti as lágrimas novamente.

- Kath. – Henry se levantou e me olhou com pena e preocupação.

- Eu só queria não sofrer e não fazer as pessoas sofrerem. – Disse quase gritando. O professor caminhou até mim e Henry também. Henry me abraçou.

- Leve-a a diretoria. Mason saberá o que fazer. – O professor ordenou a Henry, que me tirou da sala.

- Mason não pode me ver assim.

- Vou te levar para casa Kath. – Henry segurou minha mão e me conduziu a saída. Os seguranças estavam do lado de fora. Henry abriu a porta e me puxou. Saímos correndo até um carro, provavelmente o carro dele. Henry deu partida sem deixar chances dos seguranças nos alcançarem.

- Obrigada Henry. – Sussurrei e ele sorriu fraco. Ele me levou para casa e ficou comigo até Olivia chegar da escola. Ela me deu algumas broncas, mas sua companhia me ajudou muito. Ela sempre sabe o que dizer e fazer quando não estou bem.

CONTINUA...

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